Idade Contemporânea

Vamos explicar o que é a Idade Contemporânea, suas origens e suas características. Além disso, as suas etapas e contribuições mais importantes.

Edad contemporánea
Durante a Idade Contemporânea, aconteceu a Primeira e a Segunda Guerra Mundial.

O que é a Idade Contemporânea?

A Idade Contemporânea é o período histórico que abrange desde o início da Revolução Francesa, em 1789 até os dias de hoje. Durante a Idade Contemporânea, aconteceram as revoluções industriais que transformaram as formas de produção, as relações de trabalho e o modo de vida de grande parte da população. Desde o final do século XVIII, produziram-se revoluções liberais que buscaram implementar regimes políticos de acordo com o novo sistema econômico capitalista que, por sua vez, consolidou-se mundialmente. Neste contexto, ressaltam as revoluções das décadas de 1820 e 1830, os movimentos independentistas americanos e a chamada “Primavera dos Povos”, de 1848.

Desde o início do século XIX, as sociedades coloniais americanas lutaram pela sua independência, que conseguiram em quase todo o continente. As novas nações latino-americanas se consolidaram como estados independentes através de guerras, períodos de instabilidade política e regimes autoritários.

Na Ásia, as novas relações econômicas e ideias liberais impulsionaram diferentes movimentos. O Japão modernizou seu sistema produtivo durante a Era Meiji e conseguiu se consolidar como uma potência mundial. Em 1857 começou a Rebelião da Índia e em 1871 o partido nacionalista Jovens Turcos deu seu primeiro golpe ao sultanato do Império Otomano.

Na China, se viveram numerosos conflitos como a Rebelião Taiping (1850– 1864), o Movimento Yihetuan (1898– 1901) e a Revolução Xinhai (1911), que finalmente acabaram com o milenário império e o substituíram pela República da China.

O auge do imperialismo ocidental levou as potências europeias à busca de mais territórios e mais recursos úteis aos seus próprios processos de industrialização. Durante o século XIX, os impérios coloniais passaram de impulsionar viagens de exploração no território africano a conquistar e consolidar seu poder de maneira territorial. No final do século, restavam apenas quatro nações africanas independentes: Libéria, o Império da Etiópia, Orange e Transvaal.

O imperialismo europeu desencadeou uma concorrência sem precedentes pelo poder entre as diferentes potências, muitas das quais já tinham sido constituídas como impérios mundiais. Isso levou às sucessivas Primeira e Segunda Guerra Mundial durante o século XX. Além disso, desenvolveu-se o comunismo, a Revolução Russa e a conformação de dois grandes blocos econômicos que disputaram a hegemonia política e econômica mundialmente durante a Guerra Fria.

As democracias se ergueram como formas políticas predominantes e as massas se tornaram o eixo das políticas dos Estados nacionais e dos organismos internacionais. O respeito dos direitos humanos se consagrou como uma exigência mundialmente falando a partir do qual se formaram entidades de diferente índole; movimentos, instituições, organismos, etc.

Os movimentos feministas conseguiram visualizar as condições de desigualdade e de injustiça que as mulheres sofrem nas diferentes sociedades do mundo.

Nas últimas décadas, o desenvolvimento tecnológico, digital e virtual marcou uma mudança drástica no mundo globalizado. Os meios de comunicação de massa, a internet e a telefonia móvel transformaram a política, a economia, a sociedade e a cultura no mundo.

Etapas da Idade Contemporânea

Na Idade Contemporânea podem-se identificar os seguintes períodos:

  • 1789– 1848: Revolução e restauração. A partir da Revolução Francesa se estendeu o liberalismo pela Europa. As monarquias reprimiram as revoluções, mas tiveram de se adaptar à nova era.
  • 1848– 1914: Capitalismo e imperialismo. Com a Segunda Revolução Industrial, consolidou-se o capitalismo na Europa e os Estados começaram a competir pelo controle de recursos, territórios e de mercados.
  • 1914– 1918: Primeira Guerra Mundial. A guerra entre as potências europeias tornou-se um conflito mundial, resultando em mortes e destruição sem precedentes.
  • 1918– 1939: Período Entreguerras. A mecanização e as novas formas de energia geraram um auge produtivo que se traduziu na prosperidade econômica dos “anos vinte”. No entanto, a década de 1930 foi marcada pela Grande Depressão, uma grande crise econômica que afetou as novas potências.
  • 1939– 1945: Segunda Guerra Mundial. A maior parte dos países ficaram alinhados com alguns dos lados que se enfrentaram no conflito, com batalhas e frentes em todos os continentes.
  • 1945– 1989: Guerra Fria. A oposição entre o bloco capitalista-ocidental (liderado pelos Estados Unidos) e o bloco comunista-oriental (liderado pela URSS-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) marcou o desenvolvimento, a história e a economia dos diferentes países.
  • 1989– atualidade: Globalização. A incorporação dos diferentes países em uma economia global gerou um processo de integração política, social e cultural das diferentes sociedades. Os avanços tecnológicos nas comunicações e na informática revolucionaram a vida cotidiana.

História da Idade Contemporânea

Entre os principais acontecimentos históricos da Idade Contemporânea, podem-se destacar os seguintes:

  • Revolução Francesa (1789– 1799)
  • Revoluções industriais (1750– 1820 e 1870– 1914)
  • Guerras de independência hispano-americanas (1809– 1829)
  • Período da Restauração monárquica (1815– 1830)
  • Ciclo das revoluções liberais do século XIX:
    • Primeira onda (1820– 1825)
    • Segunda onda (1829– 1830)
    • Revoluções de 1848
  • Imperialismo colonial e a Paz Armada (1870– 1914)
  • Revolução Mexicana (1910– 1917)
  • Primeira Guerra Mundial (1914– 1918)
  • Genocídio armênio (1915– 1923)
  • Revolução Russa (1917)
  • Stalinismo soviético (1922– 1952)
  • Os felizes anos vinte (década de 1920)
  • A Grande Depressão (década de 1930)
  • Governo de Benito Mussollini (1922– 1943)
  • Governo de Adolf Hitler (1933– 1945)
  • Segunda Guerra Mundial (1939– 1945)
  • Revolução Chinesa (1949)
  • Holocausto (1941– 1945)
  • Guerra da Indochina (1946– 1954)
  • Guerra Fria (1947– 1991)
  • Conformação de organizações internacionais: ONU, OTAN, Pacto de Varsóvia, UR, OPEP, MERCOSUL
  • Conflito israelo-árabe (1948– atualmente)
  • Descolonização da Ásia e da África (1950– 1975)
  • Guerra da Coreia (1950– 1953)
  • Revolução Cubana (1953– 1959)
  • Guerra do Vietnã (1955– 1975)
  • Ditaduras militares na América Latina (1960– 1990)
  • Crise do petróleo (1973)
  • Revolução sandinista (1979– 1990)
  • Guerra do Líbano (1982– 1985)
  • Guerra do Golfo (1990– 1991)
  • Dissolução da URSS (1991)
  • Guerra Civil Iugoslava (1991– 2001)
  • Guerras do Congo (1996-1997 e 1998– 2003)
  • Guerra do Afeganistão (2001– 2021)
  • Guerras contra o narcotráfico (1970– atualmente)
  • Guerra Russo-Ucraniana (2014– atualmente)
  • Guerra contra o Estado Islâmico (2014– atualmente)
  • Crise do Golfo Pérsico (2019– 2022)

Mudanças políticas na Idade Contemporânea

Edad Contemporánea
Em 1948, a ONU foi criada para evitar futuras guerras e melhorar as relações internacionais.

Durante a Idade Contemporânea, os ideais políticos, as formas de governo e os diferentes poderes locais e internacionais foram-se transformando através de revoluções, conflitos armados e guerras de um alcance territorial sem precedentes.

Uma característica fundamental deste período é a propagação da república e da democracia como formas de governo prediletas na cultura ocidental.

Com as transformações econômicas e sociais dos séculos XVIII e XIX, as monarquias absolutistas que limitavam o poder e a participação política das burguesias começaram a ser duramente criticadas. A Revolução Francesa e as revoluções liberais do século XIX procuraram mudanças políticas profundas e permitiram o acesso à participação política de maiores porções da população.

Por outro lado, o desenvolvimento do capitalismo levou as grandes potências europeias a se tornarem impérios coloniais. A sua ânsia de controlar recursos naturais (matérias-primas), mão de obra para as indústrias e mercados, levou-as a competir pela obtenção de territórios no mundo. Durante o século XIX, desenvolveu-se um colonialismo que no início do século XX desembocou na Primeira Guerra Mundial (1914– 1918) e, mais tarde, na Segunda Guerra Mundial (1939–1945).

Depois da Segunda Guerra Mundial, com a hegemonia dos Estados Unidos e de algumas potências europeias, foram promovidos os ideais democráticos no Ocidente, em oposição ao totalitarismo do nazismo e do fascismo e ao totalitarismo do regime soviético na URSS e no bloco oriental.

No entanto, em diferentes países foram instaladas ditaduras através de golpes de Estado. Na América Latina, sob o pretexto da luta contra os grupos comunistas, nas décadas de sessenta e setenta, grupos militares subiram ao poder, eliminaram as instituições parlamentares e democráticas e governaram através do terror. Como são os casos do Paraguai (1954– 1989), do Brasil (1964– 1985), da Argentina (1976– 1983) ou do Chile (1973– 1990), entre outros.

Por outro lado, a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) representou um passo decisivo nas relações políticas entre os diferentes Estados do mundo. Face às terríveis consequências da Primeira e da Segunda Guerra Mundial, procurou-se evitar futuras guerras e salvaguardar os direitos humanos no mundo.

A Segunda Guerra Mundial deixou como protagonistas do plano internacional as potências dos Estados Unidos e da URSS. Durante a Guerra Fria, diferentes países caíram sob a influência ou o controle direto de alguma destas duas potências e o mundo ficou dividido em dois grandes blocos: o ocidental-capitalista (liderado pelos Estados Unidos) e o oriental-comunista (liderados pela URSS).

Embora este confronto não tenha se transformado em guerras ou batalhas diretas entre as duas potências, a concorrência pelo seu controle e influência no resto do mundo teve consequências graves. Ambas as potências financiaram ou intervieram diretamente na Guerra da Coreia (1950– 1953), na Guerra do Vietnã (1955– 1975) e na Guerra do Afeganistão (1978– 1992), entre outros conflitos armados.

No bloco ocidental, sob a bandeira da luta contra o comunismo, os Estados Unidos intervieram na política nacional de diferentes países, por vezes de forma encoberta e outras vezes com o apoio explícito a golpes de Estado e ditaduras militares. No bloco oriental, a URSS interveio diretamente na política dos países alinhados pelo Pacto de Varsóvia, através da instauração das democracias populares, lideradas por partidos comunistas que respondiam ao regime soviético.

A queda do Muro de Berlim marcou a desintegração do bloco oriental comunista e o fim da Guerra Fria. No entanto, continuaram os conflitos internacionais pelo controle e pela influência de recursos e mercados. No Oriente Médio, o conflito israelo-árabe começou em 1948 e continua até hoje. Desde 2011, a Guerra Civil Síria tornou-se um conflito internacional, financiado por diferentes Estados, que desencadeou um desastre humanitário.

Atualmente, sob a bandeira da “Guerra contra o terrorismo”, os Estados Unidos e outras potências intervêm em conflitos no Afeganistão, no Iraque, na Síria, na Somália e no Mali, entre outros. Desde 2014, o conflito russo-ucraniano passou a ser violento e tornou-se uma guerra armada.

Mudanças econômicas na Idade Contemporânea

Edad contemporánea
C. Marx e F. Engels explicaram o capitalismo e estabeleceram as bases para o comunismo.

A Idade Contemporânea se caracteriza pela consolidação do capitalismo no mundo. Isto foi consequência de um processo histórico complexo que começou com a Revolução Industrial na Inglaterra, no final do século XVIII.

As mudanças na forma de produção levaram à ruptura das relações produtivas próprias do feudalismo e permitiram implementar um sistema de exploração com base no emprego de mão de obra assalariada.

A sociedade capitalista foi dividida em duas classes sociais: a burguesia, dona dos meios de produção, e o proletariado, cuja única possibilidade é vender seu tempo de trabalho por um salário.

A difusão do capitalismo mundialmente falando levou à formação de impérios coloniais que competiram entre si pela apropriação de territórios, a superioridade política e o monopólio dos mercados. As potências europeias apoderaram-se com meios violentos de quase toda a África e parte da Ásia.

Desde meados do século XIX, o comunismo apareceu como uma proposta antagônica ao capitalismo. Seu propósito foi eliminar a propriedade privada sobre os meios de produção para criar uma sociedade sem classes e, portanto, sem exploração social. Embora houvessem várias revoluções do proletariado que procuraram melhorar suas condições de vida e de trabalho, o comunismo se impôs como política econômica do Estado recentemente com a Revolução Russa em 1917 e com a criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Este evento marcou uma mudança paradigmática na história econômica mundial. Durante a Guerra Fria, o plano internacional foi dividido em dois blocos: o capitalista e o comunista. Os países se alinharam atrás das potências que os lideravam. A desintegração do bloco comunista no final do século assinalou o triunfo do capitalismo globalizado.

Mudanças sociais na Idade Contemporânea

Da sociedade estamental à sociedade de classes

As mudanças políticas e econômicas que se sucederam ao longo da Idade Contemporânea implicaram uma profunda transformação nas diferentes sociedades do mundo. As revoluções industriais enriqueceram as burguesias dos diferentes Estados europeus e, em consequência disso, desencadearam-se revoluções políticas que procuravam implementar governos liberais e acabar com os privilégios políticos e econômicos das nobrezas.

A partir da Revolução Francesa, os ideais de liberdade e igualdade se propagaram como fundamento para a organização de qualquer sociedade. O antigo regime da sociedade moderna mantinha uma divisão social por níveis, entre os quais a nobreza e o clero monopolizavam privilégios políticos e econômicos.

Em 1789, o governo da revolução aprovou na França a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, eliminou as diferenças estamentais e definiu os termos da liberdade individual das pessoas.

No entanto, os novos direitos excluíram as mulheres e mantiveram a proibição da sua participação política, embora tenham sido protagonistas das revoltas e das manifestações que levaram à criação da República.

As revoluções liberais do século XIX levaram à implementação do sistema capitalista em diferentes partes do mundo e, desta forma, as sociedades europeias tornaram-se sociedades de classe. As classes foram diferenciadas pelas condições econômicas das pessoas e não por um regulamento jurídico. Em princípio, as leis dos Estados capitalistas protegiam a igualdade de todos os cidadãos perante a lei e garantiam o cuidado da propriedade privada, elemento fundamental para o enriquecimento da burguesia.

Nas sociedades de classe pode-se diferenciar, por um lado, a burguesia, integrada pelos donos dos meios de produção que têm o capital para investir, financiar e produzir mais valor; e por outro, o proletariado, integrado por aqueles que não tinham meios de produção e deviam vender sua mão de obra para obter dinheiro e satisfazer suas necessidades básicas.

Em resposta a esta desigualdade econômica e social, nasceram e difundiram-se o socialismo e o comunismo. Ambas as ideologias defendiam que a igualdade e a liberdade protegidas pela lei dos Estados capitalistas não geravam condições de igualdade econômica para toda a sociedade.

Se bem que não houvesse limitações jurídicas para o enriquecimento dos indivíduos (e a ascensão de classe social), na prática era impossível que a classe social proletária se convertesse em burguesa. No sistema capitalista, o capital é gerado com a exploração de uma classe social por outra.

Enquanto as leis defendessem a propriedade privada da classe burguesa, não existiriam condições materiais para o enriquecimento da classe proletária. Assim, as condições de desigualdade econômica se perpetuariam sistematicamente. Neste sentido, sustenta-se que as classes sociais têm necessidades e, portanto, interesses contrários pelos que lutam continuamente.

A difusão das ideias socialistas e comunistas levou a rebeliões e revoluções em diferentes partes do mundo. Em 1917, a Revolução Russa implantou o comunismo como sistema econômico estatal pela primeira vez na história e fundou a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), um Estado que se apropriou dos meios de produção e instaurou a eliminação de classes sociais.

O desenvolvimento industrial e o crescimento econômico transformaram a URSS em uma potência mundial e permitiram-lhe enfrentar as potências capitalistas, como os Estados Unidos. Este confronto desencadeou a Guerra Fria e dividiu o mundo em dois blocos opostos, o bloco oriental ou comunista (liderado pela URSS) e o bloco ocidental ou capitalista (liderado pelos EUA):

  • Nas sociedades comunistas, privilegiou-se a igualdade das condições econômicas e o monopólio dos meios de produção nas mãos do Estado. No entanto, este sistema social foi implementado proibindo a propriedade privada, limitando as liberdades das pessoas e sob regimes de terror e opressão.
  • Nas sociedades capitalistas, garantiu-se a liberdade individual das pessoas, promoveu-se o cuidado dos direitos humanos e implantaram sistemas democráticos ou parlamentares que prometeram cuidar dos interesses de toda a população. Entretanto, a desigualdade econômica entre as diferentes classes sociais cresceu e desenvolveu uma pobreza estrutural sem precedentes.

A luta pelos direitos humanos

Durante a Idade Contemporânea, especialmente desde meados do século XX, institucionalizou-se a necessidade de respeitar os direitos humanos de todas as pessoas. Os horrores vividos durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, o genocídio judeu do Holocausto e as condições de vida miseráveis em que ficou a população civil após os conflitos bélicos, levaram os Estados a tomarem consciência da necessidade de estabelecer acordos para evitar essas atrocidades.

Com a criação da ONU e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, oficializou-se o compromisso dos países signatários de respeitar os direitos básicos das pessoas nos seus territórios. Estes compromissos internacionais levaram à implementação de políticas nacionais para garantir direitos e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Em princípio, o foco estava nos direitos básicos e fundamentais de todas as pessoas. Com o tempo, foram visualizados os conflitos relativos à desigualdade de gênero em todo o mundo e as injustiças das minorias sociais dos diferentes países.

No entanto, o maior incentivador da mudança para o respeito dos direitos humanos foi a luta dos diferentes grupos sociais, nas suas distintas sociedades. Os movimentos feministas (nascidos no século XIX) espalharam-se por todo o mundo e demonstraram os diferentes aspectos em que as mulheres viviam em desigualdade em relação aos homens da sua sociedade. Outros movimentos sociais reivindicaram os direitos dos trabalhadores, lutaram pelo respeito das diversidades de gênero ou contra a poluição do planeta.

Neste sentido, a revolução informática e digital do mundo globalizado tem sido fundamental no crescimento dos movimentos sociais, porque permitiu visibilizar problemáticas no mundo todo e unificar movimentos de diferentes partes do planeta.

A cultura na Idade Contemporânea

Edad Contemporánea
O Art Nouveau combinou os materiais da modernidade industrial com as formas da natureza.

Na Idade Contemporânea, surgiram diferentes correntes artísticas relacionadas com o contexto e os eventos que atravessaram seus protagonistas. Entre elas, destacam-se:

  • Romantismo. Foi um movimento filosófico e artístico que surgiu como reação ao espírito racional do Iluminismo. Os artistas românticos apelaram ao sentimento, ao pessoal e ao íntimo, e valorizaram o diferente, o único e o original frente ao clássico e hegemônico. Entre seus principais expoentes na literatura encontram-se F. R. de Chateaubriand, William Blake e J. W. von Goethe; na música Beethoven, Schubert e Schumann; na pintura E. Delacroix, J. M. W. Turner e F. de Goya.
  • Realismo. Buscou identificar a arte com a realidade e afastar-se do ideal exagerado das emoções do Romantismo. Os artistas realistas se concentravam em representar a realidade com precisão, mostrando o que geralmente ficava oculto e valorizando o que se considerava feio ou marginal. Este movimento surgiu junto à invenção da fotografia, que popularizou a ideia de que em uma imagem poderia representar a realidade. Entre seus principais artistas estão G. Courbet, H. Daumier e J. F. Millet.
  • Impressionismo. Esta corrente de artistas se identificou com um novo olhar sobre o mundo, focada na luz, no momento e no espaço mais do que nos objetos retratados. Foi um movimento de pinturas focadas nas paisagens e na natureza. Seus principais artistas foram P. Cézanne, C. Monet e P. A. Renoir.
  • Art Nouveau. Surgiu depois da Primeira Guerra Mundial, com a prosperidade econômica dos anos vinte. Queria gerar uma nova arte, diferente dos velhos padrões dominantes. Propôs uma estética inspirada na natureza, mas relacionada simultaneamente com os materiais e produtos da industrialização. Entre seus artistas foram destacados Alfons Mucha, L. C. Tiffany e L. Majorelle.
  • Surrealismo. Buscou combinar o irracional do inconsciente com o comum da vida cotidiana. Os surrealistas criavam imagens incoerentes a partir de objetos cotidianos. Entre seus principais expoentes estavam G. Arcimboldo e Salvador Dali.

Invenções na Idade Contemporânea

Edad contemporánea - hermanos lumiere
Em 1895 nasce o cinema com o cinematógrafo criado pelos irmãos Lumière.

A Idade Contemporânea foi um período de grandes avanços e descobertas científicas. Entre as principais contribuições destacam-se:

  • A pilha voltaica. A primeira bateria, não recarregável, que convertia a energia química em elétrica foi criada pelo físico italiano Alessandro Volta em 1799.
  • O barco a vapor. Um navio movido por uma roda com pás através de uma máquina a vapor. Foi criado pelo engenheiro americano Robert Fulton em 1807.
  • A locomotiva a vapor. Um modo de tração a vapor para mobilizar os caminhos de ferro. Foi criada pelo engenheiro britânico George Stephenson em 1826.
  • A máquina de escrever. A primeira máquina que incorporava letras e símbolos acionados por alavancas e que se representavam em forma linear. Foi criada pelo inventor francês Xavier Progin em 1868 e patenteada em 1883.
  • O telefone. Um dispositivo que transmitia sinais sonoros remotamente através de sinais elétricos. Foi criado pelo inventor italiano Antonio Meucci em 1854 (mas foi Alexander Graham Bell quem patenteou a invenção em 1876).
  • A lâmpada elétrica. Uma lâmpada que produzia luz a partir da energia elétrica. Foi criada pelo físico britânico Joseph Swan e pelo americano Thomas Edison em 1879.
  • A vacina contra a raiva. Uma pequena dose do vírus inativo da raiva fornecida ao organismo, que não podia causar a doença, mas podia gerar anticorpos. Foi criada pelo físico francês Louis Pasteur em 1885.
  • O cinema. Um aparelho chamado cinematógrafo que servia tanto de tomadas como de projetor e com o qual se realizou a primeira filmagem chamada A saída dos operários da fábrica Lumière. Foi criado pelos irmãos franceses Louis e Auguste Lumière em 1895.
  • A radioatividade. A descoberta do processo pelo qual o núcleo de um átomo perde energia mediante a emissão de partículas (alfa, beta ou nêutrons) que produzem a desintegração de determinados agrupamentos de protões e neutrões. Foi descoberta pelo cientista francês Antoine Henri Becquerel em 1896.
  • A aspirina. A droga mais conhecida para aliviar dores de cabeça e musculares, chamado ácido acetilsalicílico. Foi criado pelo farmacêutico alemão Felix Hoffmann em 1897. Bayer Labs registrou esse princípio ativo sob o nome comercial de “aspirina” em 1899.
  • O rádio. A primeira conexão por meio de um sinal radiotelegráfico sem fios (no início foi em código morse) entre a Europa e a América. Foi criado pelo físico italiano Guillermo Marconi em 1902.
  • O DNA. A descoberta da estrutura da molécula responsável pela herança, chamado ácido desoxirribonucleico (daí a sigla DNA). Foi detectada pelo bioquímico russo-americano Phoebus Levene em 1920.
  • A aeronave. O primeiro voo controlado através de uma máquina com motor, que percorreu 36 metros a poucos centímetros do chão. Foi criada pelos irmãos Wright em 1903.
  • A televisão. Um sistema de transmissão de imagens e cenas, à distância e por telegrafia, que se conectava através de um cabo de telefonia. Foi criada pelo engenheiro e físico britânico John Logie Baird em 1926.
  • A penicilina. O primeiro antibiótico que ainda é usado para combater infecções bacterianas. Foi descoberto pelo cientista britânico Alexander Fleming em 1928.
  • O computador. A primeira máquina capaz de ser programada. Chamava-se Z1 e era uma calculadora mecânica binária que funcionava com eletricidade e tinha um tamanho grande. Foi criada pelo engenheiro alemão Konrad Zuse em 1936.
  • O satélite artificial. O primeiro satélite artificial enviado com sucesso para o espaço e que permaneceu em órbita, chamado Sputnik I. Foi um trabalho conjunto realizado por cientistas russos em 1957.
  • O transplante de coração. A primeira operação em que transplantaram o coração de um chimpanzé para um humano. Uma vez terminada a operação, o coração continuou batendo 90 minutos antes de parar. Foi realizado pela equipe médica do médico americano James Hardy em 1964.
  • A chegada do homem à Lua. O ser humano chegou ao satélite natural, a Lua, a bordo da nave Apollo 11, na qual viajaram três tripulantes norte-americanos. O astronauta Neil Armstrong foi o primeiro homem a pisar na superfície lunar em 1969.
  • O disco compacto. Um disco óptico capaz de armazenar dados em formato digital. Seu nome popular era a sigla CD, que derivava de seu nome em inglês compact disc. Foi criado pelo físico norte-americano James Russell, que o patenteou em 1966, mas só foi lançado em 1982.
  • A clonagem. A primeira clonagem de um mamífero a partir de uma única célula-mãe, conhecida como “a ovelha Dolly”. Foi criada em um laboratório através do trabalho dos cientistas do Instituto Roslin da Escócia, Ian Wilmut e Keith Campbell em 1997.

Referências

  • Hobsbawn, E. J. (1998). Historia del siglo XX. Crítica
  • Hobsbawm, E. (2009). La era de la revolución, 1789-1848. Crítica.
  • Tato, M. I., Bubello, J. P., Castello, A. M. y Campos, E. (2011). Historia de la segunda mitad del siglo XX. Estrada.
  • Tato, M. I., Bubello, J. P., Castello, A. M., Campos, E. y Domínguez, M. (2011). Historia del Período de Entreguerras. Estrada.
  • Osterhammel, J., & García, G. (2015). La transformación del mundo. Editorial Crítica.

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Kiss, Teresa. Idade Contemporânea. Enciclopédia Humanidades, 2023. Disponível em: https://humanidades.com/br/idade-contemporanea/. Acesso em: 5 de novembro de 2024.

Sobre o autor

Autor: Teresa Kiss

Professora de História do ensino médio e superior.

Traduzido por: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ)

Data da última edição: 10 de agosto de 2024
Data de publicação: 15 de setembro de 2023

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