Vamos explicar o que é a Era Cenozoica, como está dividida, sua geologia e seu clima. Além disso, quais são suas características, flora e fauna.
O que é a Era Cenozoica?
A Era Cenozoica, ou também chamada de Cenozoico, é a última divisão da escala temporal geológica. Começou depois da extinção dos dinossauros, há cerca de 65 milhões de anos, e se estende até hoje. É também conhecida como a “era dos mamíferos”, já que esta foi a forma de vida privilegiada ao longo de toda a sua duração. Além disso, é a época em que o ser humano apareceu.
Durante o Cenozoico, os continentes continuaram a sua deriva do supercontinente Pangea até a sua posição atual. Isto provocou, entre outros fenômenos, a formação das maiores cadeias montanhosas da atualidade, dos oceanos e mares, dos vulcões e das principais planícies.
Por outro lado, a Era Cenozoica foi uma etapa na qual o clima do planeta esfriou gradualmente até atingir os níveis atuais. As eras do gelo foram estendidas, e a deriva dos continentes para regiões polares provocou a formação de grandes blocos de gelo.
O nome“Cenozoico” vem dos vocábulos gregos kainos (“novo”) e zoe (“forma de vida”, “animal”), por isso significa “vida nova”.
- Veja também: Era Paleozoica
Características da Era Cenozoica
Algumas das principais características são:
- Começou há 65 milhões de anos e se estende até hoje.
- Subdivide-se em três períodos: Paleógeno, Neógeno e Quaternário.
- Durante esta era, os continentes derivaram para a sua posição atual.
- Os mamíferos evoluíram e se diversificaram.
- Apareceram os primeiros hominídeos, que depois evoluíram até ao aparecimento dos seres humanos.
- O clima mudou, com altas temperaturas e extensas eras de gelo.
Divisão da Era Cenozoica
A Era Cenozoica foi dividida em três períodos, cada um subdividido por sua vez em diferentes épocas:
- Período Paleógeno. Começou há 65 milhões de anos e se estendeu até 23,8 milhões de anos atrás. Divide-se em três épocas:
- Paleoceno. Começou há 65 milhões de anos e terminou há 54,8 milhões de anos.
- Eoceno. Começou há 54,8 milhões de anos e terminou há 33,7 milhões de anos.
- Oligoceno. Começou há 33,7 milhões de anos e terminou há 23,8 milhões de anos.
- Período Neógeno. Começou há 23,8 milhões de anos e terminou há 1,8 milhões de anos. Divide-se em duas épocas:
- Mioceno. Começou há 23,8 milhões de anos e terminou há 5,3 milhões de anos.
- Plioceno. Começou há 5,3 milhões de anos e terminou há 1,8 milhões de anos.
- Período Quaternário. Começou há 1,8 milhões de anos e chega até os dias de hoje. Divide-se em duas épocas:
- Pleistoceno. Começou há 1,8 milhões de anos e terminou há 11 mil anos.
- Holoceno. Começou há 11 mil anos e se estende até a atualidade.
Desuso do termo Terciário: No início do século XX, usavam-se as denominações Terciário e Quaternário para nomear dois grandes períodos do Cenozoico. No entanto, a Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS) decidiu abandonar o uso do termo Terciário em 2008. Em vez disso, foram estabelecidas duas novas subdivisões para substituí-lo: o Paleógeno e o Neógeno. Por outro lado, o termo Quaternário foi mantido, então a subdivisão da Era Cenozoica foi estabelecida em Paleógeno, Neógeno e Quaternário.
Geologia da Era Cenozoica
Durante a Era Cenozoica, os supercontinentes Gondwana e Laurásia continuaram com a separação que havia começado no Mesozóico, de modo que os continentes foram adquirindo sua orientação e posição atuais. Além disso, o oceano Atlântico se expandiu e a América do Norte e a América do Sul se uniram com a criação do istmo da América Central.
Outro evento geológico importante durante o Cenozoico foi a colisão entre a placa indiana e a euroasiática há 50 milhões de anos, o que desencadeou na formação dos Himalaias, a cordilheira mais elevada do planeta. Além disso, a placa africana colidiu com a euroasiática há 35 milhões de anos, o que teve como consequência o fechamento definitivo do mar de Tétis e a formação dos Alpes.
Por outro lado, formou-se também a cordilheira dos Andes, que se estende de norte a sul na América, produto da subducção entre as placas sul-americana e norte-americana com as placas de Nazca e com a do Pacífico.
Os últimos relevos a se formar, e os mais novos em termos geológicos, foram as planícies. Como consequência da erosão das rochas e do transporte dos sedimentos pelo vento e dos rios desde as zonas mais elevadas até as áreas mais baixas, formaram-se grandes bacias sedimentares, como a da Amazônia, a do Indo-Ganges, a do Mississípi e a do Paraná, entre muitas outras.
Clima da Era Cenozoica
O clima do Cenozoico tem sido de um resfriamento paulatino desde o final da Era Mesozóica até a atualidade. Embora se acredite que esta era terminou depois de um resfriamento repentino pelo bloqueio solar que produziu a cinza na atmosfera devido ao Evento K-Pg (que provocou a extinção dos dinossauros e de muitas outras formas de vida), o Mesozoico teve temperaturas maiores que a Era Cenozoica. Isto porque a sucessão de eras de gelo, somada à deriva dos continentes para zonas polares e ao resfriamento da água dos oceanos, diminuiu a temperatura global do planeta.
No entanto, mais perto da atualidade, houve longos períodos de aquecimento da atmosfera. O Holoceno Máximo foi um período de tempo que começou por volta do ano 6000 a.C. e durou até o ano 2500 a.C., e nele as temperaturas aumentaram consideravelmente. Além disso, o chamado “período quente medieval” também foi um momento de aumento da temperatura global do planeta, entre os anos 700 e 1200 d.C.
Estas etapas quentes e relativamente estáveis de cerca de 12 mil anos de duração até a atualidade foram as que permitiram a expansão da civilização humana sobre a Terra durante o Holoceno.
A partir do aparecimento dos seres humanos, e em especial nos últimos 200 anos, a modificação da dinâmica natural do planeta por parte das sociedades foi tão acelerada que nos últimos anos se propôs acrescentar uma nova era geológica: o “Antropoceno”. Esta nova classificação busca dimensionar o enorme impacto que teve a aparição do ser humano em um tempo geológico muito breve, em especial na dinâmica climática.
As eras do gelo
Algumas estimativas indicam que durante o Quaternário aconteceram muitos momentos de resfriamento da atmosfera, o que gerou períodos glaciais ou “eras do gelo”.
Durante os glaciais, o gelo se expandia, os mares desciam e o clima global esfriava. Nos períodos interglaciais, pelo contrário, o frio diminuía, o gelo recuava e o nível dos oceanos aumentava.
No último milhão de anos, teriam ocorrido quatro grandes glaciais: o glacial de Günz (1,1 milhão de anos atrás), a geleira de Mindel (580 mil anos atrás), a geleira de Riss (200 mil anos atrás) e a geleira de Würm (a mais recente, 80 mil anos atrás).
Flora da Era Cenozoica
Na Era Cenozoica, a vegetação se expandiu e diversificou, sobretudo durante as primeiras épocas, mais úmidas e quentes. Posteriormente, as florestas começaram a ceder terreno para as zonas mais secas e áridas que se formaram no interior dos continentes. Assim surgiram as gramíneas e as ervas.
Depois do aparecimento dos seres humanos, e em especial a partir da Revolução Neolítica, as espécies comestíveis e cultiváveis começaram a predominar e a se desenvolver em muitas partes do mundo graças à prática da agricultura.
A separação continental também permitiu uma maior diversificação, além da aparição e a evolução de espécies endêmicas, que são aquelas que só se encontram em lugares específicos do planeta e que não se diversificaram territorialmente.
Fauna da Era Cenozoica
No início da Era Cenozoica, as espécies sobreviventes da extinção em massa do Cretáceo-Paleógeno eram na sua maioria pequenos mamíferos, répteis e aves. Por isso foram os que mais rápido proliferaram, despojados de seus grandes predadores.
Entre os mamíferos, estavam os roedores e pequenos equinos. Seus maiores predadores passaram a ser grandes aves que não voavam, como as pertencentes ao gênero titanis.
No Neógeno, apareceram os primeiros primatas, e entre eles os primeiros hominínios, ancestrais do gênero humano. Além disso, os bovinos, os antílopes, as gazelas e outros mamíferos de bom tamanho floresceram durante esse período, tal como os mamíferos aquáticos, como as baleias.
Finalmente, o Quaternário se caracterizou pela presença dos grandes predadores felinos, como os tigres-dentes-de-sabre. Também proliferaram os mamutes lanosos, adaptados às eras glaciais.
A presença do ser humano influenciou o destino de muitas destas espécies. Algumas delas se extinguiram devido ao aumento da caça por parte desta nova espécie, que pouco a pouco se tornou dominante em todo o planeta.
Evolução da humanidade
No período Quaternário, aparecem os primeiros seres humanos, produto de um lento processo de mudanças evolutivas a partir dos primeiros hominídeos surgidos no continente africano.
Quando estes hominínios migraram para a Eurásia e para o Oriente Médio, deram origem a novas espécies humanas. As últimas foram o Homo neanderthalensis (homem de Neandertal), o Homo denisovensis (hominídeo de Denisova) e o Homo sapiens, a única espécie que sobreviveu até hoje e a que comumente nos referimos como “seres humanos”.
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Referências
- AstroMía. (s.f.). El Neógeno. Mioceno y Plioceno. https://www.astromia.com/
- EcuRed. (s.f.). Era Cenozoica. https://www.ecured.cu/
- Gullo, J., Nardulli, J. P., Echeverría, M. J., Capuz, S. M., Lazzaro, Y. (2020). El proceso de hominización. En Ciencias Sociales. Sociedades y ambientes del mundo. De las primeras sociedades al fin de la Edad Media (pp. 139-152). AZ. http://az.com.ar/
- Milo, A. (2023). Antropoceno, la era geológica definida por el impacto humano en la Tierra. National Geographic en Español. https://www.ngenespanol.com/
- Tarbuck, E. y Lutgens, F. (2005). Ciencias de la Tierra. Una introducción a la geología física. Pearson Educación.
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