Era Paleozoica

Vamos explicar o que foi a Era Paleozoica, como se divide e suas características. Além disso, seu clima, flora e fauna.

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Na Era Paleozoica surgiram os primeiros anfíbios e répteis.

O que foi a Era Paleozoica?

A Era Paleozoica é a primeira do Éon Fanerozoico, que começou há 540 milhões de anos e se estende até a atualidade. Também conhecida como a “era dos invertebrados”. O Paleozoico começou há 540 milhões de anos e terminou há 248 milhões de anos, com o fim do Período Pérmico, o último da era. Durou cerca de 292 milhões de anos.

Durante a Era Paleozoica, houve uma grande proliferação de seres vivos, especialmente nos mares: moluscos, artrópodes marinhos (como os trilobites, crustáceos, esponjas calcárias, braquiópodes, equinodermos) e peixes encouraçados apareceram e se expandiram durante esta etapa.

Esta grande biodiversidade animal e vegetal desapareceu praticamente por completo no final da era, como consequência da grande extinção do Pérmico-Triássico, um evento que foi crítico para a vida deste momento.

O termo “paleozoico”provém dos termos gregos palaio (“velho”) e zoe (“forma de vida”, “animal”), ou seja, significa “forma de vida antiga”.

Divisão da Era Paleozoica

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O Período Câmbrico é o mais antigo da Era Paleozoica.

A Era Paleozoica é tradicionalmente dividida em seis períodos geológicos:

  • Período Câmbrico. O mais antigo de todos, começou com a era há 540 milhões de anos e terminou há 490 milhões de anos.
  • Período Ordovícico. Começou há 490 milhões de anos e terminou há 443 milhões de anos.
  • Período Silúrico. Começou há 443 milhões de anos e terminou há 417 milhões de anos.
  • Período Devônico. Começou há 417 milhões de anos e terminou há 354 milhões de anos.
  • Período Carbonífero. Começou há 354 milhões de anos e terminou há 290 milhões de anos.
  • Período Pérmico. O último período da era, começou há 290 milhões de anos e terminou há 248 milhões de anos.

Geologia da Era Paleozoica

A configuração geológica do Paleozoico era muito diferente da do mundo atual. A era começa com a desintegração do supercontinente Pangeia, no final da era Pré-Cambriana. Esta fragmentação levou à formação dos continentes Laurentia, Báltica, Sibéria, Kazakhstani e Gondwana.

Após o Período Glacial conhecido como a “glaciação cambriana”, o nível do mar aumentou e muitas zonas continentais foram inundadas pela água, o que contribuiu para formar mares interiores que cobriam extensas áreas.

Ao longo do Paleozoico, além disso, os continentes se moveram e se uniram gradualmente. Assim, no final da era, durante o Período Pérmico, os continentes se uniram para formar o supercontinente Pangea, uma massa continental unificada no centro da Terra, rodeada por um grande oceano chamado Pantalassa.

Clima da Era Paleozoica

Era Paleozoica
A Era Paleozoica começa depois da grande glaciação no final do Pré-Cambriano.

O Paleozoico começou depois da grande glaciação criogênica do Pré-Cambriano. No início, a era foi caracterizada por um clima relativamente quente e úmido. Assim, as temperaturas globais mais elevadas permitiram a expansão dos oceanos e a diversificação da vida marinha em formas primitivas multicelulares.

À medida que o Período Ordovícico foi avançando, começou um resfriamento gradual da temperatura do planeta, o que resultou na expansão dos glaciares nas regiões polares.

Um dos momentos mais importantes no clima da Era Paleozoica ocorreu durante o Período Devoniano. Há cerca de 370 milhões de anos, a Terra experimentou uma extensa glaciação conhecida como a “glaciação do Devoniano tardio”. Durante este evento, as massas de gelo avançaram e as temperaturas globais diminuíram significativamente.

Com o início do Período Carbonífero, as condições climáticas voltaram a mudar e a temperatura subiu novamente. Este período foi caracterizado por condições climáticas subtropicais, temperaturas e umidade altas. Assim, este clima favoreceu a formação de grandes extensões de bosques e florestas, que posteriormente deram origem a importantes depósitos de carvão.

O clima do Paleozoico culminou com uma das extinções mais devastadoras da história da Terra, que marcou a transição para a Era Mesozóica. A extinção em massa do Permiano-Triássico, há cerca de 252 milhões de anos, resultou no desaparecimento de quase todos os organismos vivos da época.

Uma hipótese é a de que a temperatura foi consideravelmente reduzida pela importante atividade vulcânica da época, pois é possível que a cinza emanada pelos vulcões não tenha permitido a passagem dos raios solares. Assim, acredita-se que a falta de luz e de calor pode ter sido uma das causas desta grande extinção em massa.

Flora da Era Paleozoica

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No Período Silúrico, a vida colonizou a terra firme e apareceram as primeiras plantas.

No início do Paleozoico, a vida estava limitada aos mares. Por isso, a flora predominante consistia em fitoplâncton, algas, esponjas e bactérias fotossintéticas. No entanto, ao longo da era se diversificou enormemente, e no Período Silúrico apareceram as primeiras plantas. Estas não possuíam as capacidades vasculares das plantas modernas para sugar água e nutrientes do solo e reparti-los por seus ramos, por isso acredita-se que eram de tamanho pequeno.

Depois, no Período Devoniano, as plantas terrestres se adaptaram ao meio e começaram a surgir as samambaias, as primeiras árvores e arbustos, e mais para o final do Paleozoico já se encontravam extensões de bosques nos continentes, especialmente durante o Período Carbonífero. As primeiras plantas modernas (coníferas) surgem no final da era.

A explosão cambriana

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A explosão cambriana repentinamente diversificou a vida no planeta.

A radiação evolutiva do Cambriano, também conhecida como “explosão cambriana”, foi uma enorme e repentina diversificação da vida que ocorreu no Período Cambriano, há cerca de 541 milhões de anos. Naquela época, muitos dos ancestrais primitivos das formas de vida contemporâneas apareceram. Estes organismos foram as primeiras formas de vida multicelular complexas.

As causas exatas da explosão cambriana são desconhecidas e a sua explicação continua a ser objeto de debate até os dias de hoje. Existem várias teorias ligadas à abundância do oxigênio atmosférico, à reconfiguração geológica do momento e à concorrência ecológica.

A formação de hidrocarbonetos

No Período Carbonífero se conformaram os grandes depósitos de carvão mineral que o ser humano exploraria depois, durante a Revolução Industrial, como fonte energética.

A origem destes recursos reside na enorme proliferação da vida vegetal durante este período. À medida que as plantas morriam, os seus restos se acumulavam e formavam camadas de matéria vegetal que não se decompunha por completo. Com o passar do tempo, a pressão e o calor resultantes da sedimentação transformaram estas camadas em carvão. Assim, ao longo de milhões de anos, a matéria vegetal se tornou gradativamente depósitos de carvão.

Fauna da Era Paleozoica

A fauna no início do Paleozoico se reduzia a algumas espécies pluricelulares marinhas, conhecidas conjuntamente com o nome de “fauna vendiana”. Após a explosão cambriana, a diversidade animal aumentou consideravelmente.

Neste momento, apareceram seres como os trilobitas e os arqueociatos, assim como formas de vida que já anunciavam as espécies complexas que evoluíram mais adiante. Durante o Período Ordovícico, os invertebrados marinhos foram a forma de vida mais abundante, à qual se sucederiam depois os peixes, que se diversificaram no Período Devoniano.

O aparecimento da fauna na superfície continental ocorreu em meados da Era Paleozoica. No início, consistia em invertebrados como os artrópodes, até que no final do Período Devoniano surgiram os primeiros tetrápodes, de aparência mais ou menos reptiliana e de formas extremamente diversas (de 10 centímetros a 5 metros de comprimento).

Uma espécie muito importante durante este trânsito à terra foi o celacanto (coelacanthimorpha), que apareceu no Período Devoniano e acreditava-se que estava extinto até que um exemplar foi capturado em 1938, na África do Sul. A descoberta deste peixe foi um marco na biologia, pois permitiu conhecer e estudar a fauna de milhões de anos. Acredita-se que o celacanto poderia ter usado as suas barbatanas para se afastar da água, o que poderia transformá-lo em uma das primeiras espécies do período a viver fora dos oceanos.

A extinção em massa do Pérmico-Triássico

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Diz-se que as alterações climáticas graves impediram a adaptação das espécies.

O evento final da Era Paleozoica é conhecido como a “extinção em massa do Permiano-Triássico”. Este é o maior evento de extinção de espécies na história do planeta. Uma grande porcentagem da vida desapareceu no trânsito para a Era Mesozoica. Como consequência, novas formas de vida puderam aproveitar nichos ecológicos vazios e proliferar, devido à ausência de predadores.

Desconhece-se as causas exatas dessa importante extinção em massa, mas são levantadas diversas hipóteses:

  • A poluição da atmosfera de gases como o enxofre e o dióxido de carbono, emanados pela ação do vulcanismo.
  • O impacto de um asteroide, que pode ter tido consequências críticas para a flora e a fauna da época.
  • A libertação de sulfureto de hidrogênio (um poderoso agente tóxico) nas águas marinhas, devido à proliferação de bactérias anaeróbias devido à diminuição do oxigênio.
  • O aumento considerável da atividade vulcânica no final do período, que pode ter emanado para a atmosfera grande quantidade de cinzas, escurecendo o céu, reduzindo a temperatura e diminuindo a atividade fotossintética. Isto pode ter levado ao aumento da quantidade de dióxido de carbono e à redução do oxigênio.

Referências

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SPOSOB, Gustavo. Era Paleozoica. Enciclopedia Humanidades, 2024. Disponível em: https://humanidades.com/br/era-paleozoica/. Acesso em: 15 maio, 2024.

Sobre o autor

Autor: Gustavo Sposob

Professor de Geografia do ensino médio e superior (UBA).

Traduzido por: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ)

Data da última edição: 9 maio, 2024
Data de publicação: 19 janeiro, 2024

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