Período Triássico

Vamos explicar o que foi o período, como está dividido e o clima que apresenta. Além disso, quais são as suas características, flora e fauna.

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No Período Triássico os répteis começaram a dominar tanto a terra como os mares.

O que foi o Período Triássico?

O Período Triássico é o período inicial da era Mesozoica. Começou há 248 milhões de anos e terminou há 206 milhões, estimando-se que tenha durado 42 milhões de anos. Com os dois períodos posteriores, o Jurássico e o Cretáceo, constituem o reinado dos dinossauros sobre a Terra: o Triássico se inicia depois da grande extinção do Pérmico-Triássico e culmina com a extinção em massa do Triássico-Jurássico.

No final deste período, começa a deriva continental, de modo que a Pangeia, o único supercontinente que existia, lentamente vai se separando. Este processo começa a moldar os continentes tal como os conhecemos hoje, e a formar oceanos e mares que até então não existiam, como o oceano Atlântico.

Por outro lado, o clima do Período Triássico mudou, como em quase toda a história geológica do planeta. Durante a maior parte desse período, houve um clima quente e seco, mas com o movimento dos continentes e a formação de grandes corpos de água interior a umidade começou a aumentar.

O nome “triássico” provém do termo trias, que foi cunhado pelo geólogo alemão Friedrich August von Alberti (1795–1878). Este termo se refere à divisão das rochas sedimentares em três partes distintas, que Alberti identificou nas montanhas de Harz, no centro da Alemanha, em 1834.

Características do Período Triássico

As principais características do Período Triássico são:

  • Começou há 248 milhões de anos e terminou há 206 milhões de anos.
  • É o período geológico em que os dinossauros aparecem.
  • Começou depois da grande extinção do Permiano-Triássico e terminou com a extinção em massa do Triássico-Jurássico.
  • Durante o final do período, começa a separação da Pangeia, um único continente que estava dividido em duas partes: Laurásia ao norte e Gondwana ao sul.
  • Em Laurásia o clima era mais frio, enquanto em Gondwana predominava o clima quente e úmido.
  • Existem sítios arqueológicos que conservam vestígios da vida animal e vegetal deste período.

Divisão do Período Triássico

Período Triásico
O Período Triássico Superior começa há 247,2 milhões de anos.

O Período Triássico se divide em três épocas, que compreendem sete idades:

  • Triássico inferior. Começou há cerca de 251,9 milhões de anos e terminou há cerca de 251,2 milhões. Abrange as Idades Indiana e Olenekiana.
  • Triássico médio. Começou há cerca de 247,2 milhões de anos e terminou há 242 milhões. Abrange as Idades Anisiana e Ladiniana.
  • Triássico superior. Começou há cerca de 237 milhões de anos e terminou há 208,5 milhões. Abrange as Idades Carniana, Noriana e Reciana.

Geologia do Período Triássico

No início do Período Triássico, os continentes estavam unidos em um único supercontinente chamado Pangeia. Este, por sua vez, estava dividido em dois grandes subcontinentes: Laurásia ao norte e Gondwana ao sul. Pangeia, nesse período, estava rodeada por dois mares: Pantalassa, que ocupava grande parte da superfície da Terra, e Tétis, para o interior do continente.

No final do Período Triássico, a Pangeia apresentou os seus primeiros sinais de separação. As forças tectônicas provenientes do manto superior da Terra começaram a mover os continentes, o que também repercutiu na formação de oceanos, mares e bacias sedimentares.

Clima do Período Triássico

Período Triásico
O enorme tamanho da Pangeia dificultou o refrescamento dos oceanos.

O clima do planeta no Período Triássico foi quente e seco. Pela falta de umidade que regulasse a temperatura, no interior de Pangeia os verões eram muito quentes e os invernos muito frios. Em contrapartida, as zonas litorâneas dos mares de Tétis e Pantalassa tinham as suas temperaturas mais moderadas, com invernos frescos e verões temperados.

Assim, no interior de Pangeia predominavam os desertos, com pouquíssima umidade e precipitação, enquanto nas zonas litorâneas existiam florestas de clima úmido e quente.

Por outro lado, o subcontinente Laurásia, composto pelos atuais continentes da América do Norte, Europa e Ásia, encontrava-se ao norte, afastado da linha do Equador, pelo que tinha um clima mais frio. Em contrapartida, Gondwana, composta pelos territórios atuais da América do Sul, África, Oceania, Antártida e a península da Índia, encontrava-se ao sul e em latitudes mais equatoriais, por isso tinha um clima muito mais quente e úmido.

Como a maior parte da Pangeia se encontrava em zonas afastadas dos polos, não há registros de temperaturas extremamente baixas e não existem atualmente evidências de glaciação que datem deste período.

Flora e fauna do Período Triássico

No início do Período Triássico, a flora era dominada por samambaias e palmeiras nas zonas quentes de Gondwana, e plantas coníferas nas zonas mais frias de Laurásia.

Quanto à fauna, os vertebrados se expandiram nos continentes e começaram a aparecer os primeiros dinossauros sobre a Terra, embora chegariam a dominá-la apenas no período posterior, o Jurássico.

A superfície da Terra, então, era dominada pelos répteis, enquanto nos mares habitavam os notossauros e os ictiossauros, semelhantes aos golfinhos, mas com um comprimento superior a 10 metros. Também neste período apareceram os primeiros mamíferos, embora não conseguiram se expandir até depois do desaparecimento dos dinossauros.

Os bosques petrificados do Período Triássico

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Na Argentina há árvores petrificadas que provêm do Período Triássico.

Os bosques petrificados são sítios arqueológicos de árvores fossilizadas. Para que uma árvore se petrifique, toda a sua matéria orgânica deve ser substituída paulatinamente por minerais, o que permite a sua conservação. Muitas árvores do Período Triásico estão hoje em florestas petrificadas.

Um exemplo são os que abundam no Parque Nacional Bosques Petrificados de Jaramillo, em Santa Cruz, Argentina. Esta floresta petrificada do Período Triássico é composta por mais de 120 troncos fósseis de uma floresta subtropical perene.

Também aparecem árvores fossilizadas no bosque petrificado de Paramillos, na província de Mendoza. Esse bosque petrificado, também formado durante o Período Triássico, foi descoberto por Charles Darwin, em 1835, por isso é conhecido como o “Bosque de Darwin”.

Extinção em massa do Período Triássico-Jurássico

Período Triásico
A extinção em massa garantiu o sucesso dos dinossauros no Período Jurássico.

No final do Período Triássico, assistiu-se a uma extinção em massa de espécies terrestres e marinhas, embora não tão importante como no final do Período Pérmico. Estima-se que 20% das famílias biológicas marinhas, a maioria dos arcossauros, terápsidos e grandes anfíbios desapareceram. Esta extinção favoreceu a expansão dos dinossauros no Período Jurássico, já que grande parte da sua competição ecossistêmica morreu na grande extinção.

Assim como na extinção em massa do Período Permiano-Triássico, as causas que produziram este evento são desconhecidas, mas há várias hipóteses:

  • A importante atividade vulcânica do período poderia ter gerado a emissão de grandes tóxicos como o enxofre, o que poderia ter provocado a morte das espécies.
  • As erupções vulcânicas podem ter produzido uma grande quantidade de cinzas que impediram a passagem de luz e calor solar, o que pode ter gerado um resfriamento acentuado da temperatura do planeta.
  • A queda de um asteroide poderia ter produzido mudanças dramáticas na dinâmica atmosférica e terrestre do planeta.

Principais jazidas do Período Triássico

Algumas das maiores jazidas paleontológicas do Período Triássico estão em:

  • África do Sul. Em Karoo e a formação Elliot.
  • Antártida. Na formação do Monte Kirkpatrick.
  • Índia. Na formação Maleri.
  • Austrália. Na formação Knocklofty e na série Wianamatta.
  • Estados Unidos. Em Ghost Ranch (Novo México) e na formação Lockatong (Nova Jersey).
  • Argentina. No Parque Provincial Ischigualasto (San Juan), na província de Santa Cruz e em Uspallata (Mendoza).
  • Brasil. Em Paleorrota (Rio Grande do Sul).

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Referências

  • Ferrando Castro, M. (2018). ¿Qué fue la extinción masiva del Triásico-Jurásico?. RedHistoria. https://redhistoria.com
  • Pérez López, A. (2022). Triásico. Departamento de Estratigrafía y Paleontología. Universidad de Granada. https://wpd.ugr.es
  • Tarbuck, E. y Lutgens, F. (2005). Ciencias de la Tierra. Una introducción a la geología física. Pearson Educación.

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Sposob, Gustavo. Período Triássico. Enciclopédia Humanidades, 2024. Disponível em: https://humanidades.com/br/periodo-triassico/. Acesso em: 19 de outubro de 2024.

Sobre o autor

Autor: Gustavo Sposob

Professor de Geografia do ensino médio e superior (UBA).

Traduzido por: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ)

Data da última edição: 9 de maio de 2024
Data de publicação: 23 de março de 2024

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