Oceano Índico

Vamos explicar o que é o oceano Índico, onde se localiza e qual é a sua extensão. Além disso, quais são as suas características, suas correntes oceânicas e muito mais.

océano índico
O oceano Índico se estende do sul da África até o oeste da Austrália.

O que é o oceano Índico?

O oceano Índico é um dos cinco oceanos do mundo e se estende entre quatro continentes: África, Ásia, Antártida e Oceania. Tem cerca de 70 milhões de quilômetros quadrados, o que faz dele o terceiro maior oceano do planeta, depois do Pacífico e do Atlântico.

A longitude máxima de leste a oeste é de uns 10 mil quilômetros, e de norte a sul, de 7 mil quilômetros. As águas do Oceano Índico estão ligadas a outros corpos de água, como o mar Vermelho, através do estreito de Bab el-Mandeb, e o golfo Pérsico, através do estreito de Ormuz.

No seu fundo oceânico, encontram-se numerosas cadeias vulcânicas submarinas e também a fossa da Sonda, que é o ponto de maior profundidade do oceano Índico e uma das fossas oceânicas mais profundas do mundo.

O oceano Índico desempenha um papel crucial na economia global. É uma importante via de transporte para o comércio internacional e possui algumas das rotas marítimas mais movimentadas do mundo. Além disso, suas águas são ricas em recursos naturais como o petróleo e o gás. A pesca e o turismo também são atividades econômicas muito importantes para diversos países litorâneos.

Características do oceano Índico

As principais características são:

  • Cobre cerca de 20% da superfície da Terra.
  • É o terceiro maior oceano do planeta.
  • Tem cerca de 70 milhões de quilômetros quadrados.
  • Começou a se formar há 200 milhões de anos.
  • Abriga recursos pesqueiros e petroleiros muito importantes.
  • Os ventos monçônicos são uma das suas principais características climáticas.
  • A poluição química e por plásticos constitui um dos principais problemas ambientais.

Os rios mais importantes que desaguam no oceano Índico são o Ganges, o Bramaputra, o Indo e o Zambeze.

Formação do oceano Índico

Durante a era Mesozoica, há cerca de 200 milhões de anos, começou a separação dos continentes, que até então formavam um único supercontinente chamado Pangeia. A fragmentação do continente Gondwana, uma subdivisão da Pangeia, levou à separação das placas tectônicas que eventualmente se tornaram na África, América do Sul, Antártida, Austrália e Índia.

Há cerca de 100 milhões de anos, a placa indiana começou a se mover para o norte, impulsionada pela expansão do fundo do oceano Índico. Isto levou à colisão da placa indiana com a placa euroasiática. Esta colisão formou a cordilheira do Himalaia e terminou de estabelecer os limites do oceano Índico.

Correntes marinhas do oceano Índico

As diferenças de temperatura na água favorecem a formação de correntes marinhas, que são fluxos de água em movimento dentro dos oceanos. As principais correntes marinhas que circulam no oceano Índico são:

Corrente fria:

  • Corrente da Austrália Ocidental. Move-se da Antártida para o norte ao longo do litoral ocidental da Austrália.

Correntes quentes:

  • Corrente de Agulhas. Flui de norte a sul pelo litoral oriental da África, entre este continente e a ilha de Madagascar.
  • Corrente de Moçambique. Move-se para o sul pelo litoral oriental da ilha de Madagascar.
  • Corrente Equatorial do Norte. Flui de leste a oeste entre os paralelos de 10° e 15° de latitude norte.
  • Corrente Equatorial do Sul. Flui de leste a oeste entre os paralelos de 10° e 15° de latitude sul.

Flora e fauna do Oceano Índico

Tortuga laud
A tartaruga-de-couro é o maior réptil do mundo.

A flora do oceano Índico se caracteriza pela presença de fitoplâncton e de algas marinhas. Estes organismos são a base da cadeia alimentar marinha e são vitais para a produção de oxigênio e a captura de dióxido de carbono através da sua fotossíntese.

O oceano Índico também abriga uma grande variedade de fauna, incluindo a tartaruga-de-couro, a maior do mundo e a única tartaruga marinha sem carapaça dura. Também se encontram predadores de grandes dimensões, como o tubarão-tigre e o peixe-espada; cetáceos, como golfinhos e baleias, e importantes recifes de coral, especialmente nas proximidades das ilhas Seychelles e das ilhas Maldivas.

Clima do oceano Índico

O clima do oceano Índico se caracteriza pela presença dos ventos monçônicos, que são ventos sazonais, ou seja, que mudam a sua direção de acordo com a mudança das estações. Trata-se de um fenômeno climático que influencia as temperaturas e as precipitações de vastas regiões continentais e a vida cotidiana de milhares de pessoas.

O fenômeno dos ventos monçônicos se deve à diferença de temperatura entre a terra e o oceano Índico. Existem dois tipos de ventos monçônicos:

  • A monção de verão. Durante o verão, a terra esquenta mais rapidamente do que o mar, o que provoca a formação de um centro de baixa pressão no continente que atrai os ventos úmidos do oceano. Isto leva a que o sul da Ásia tenha verões muito quentes e chuvosos.
  • A monção de inverno. Durante o inverno, a terra esfria mais rápido que o mar, o que provoca a formação de um centro de baixa pressão no oceano que atrai os ventos secos, deixando de entrar ventos úmidos para o continente. Isto leva a que o Sul da Ásia tenha invernos frios e praticamente sem precipitações.

Recursos naturais do oceano Índico

O oceano Índico abriga uma diversidade de espécies de peixes, mariscos e crustáceos que são fundamentais para a atividade pesqueira, para a aquicultura e para a economia de muitos países litorâneos. Algumas das espécies mais procuradas são o atum, o camarão, a lula e o bacalhau.

O oceano Índico também é rico em recursos energéticos, especialmente em petróleo e gás. As explorações e perfurações em busca destes recursos são realizadas nas plataformas submarinas dos países vizinhos. Além disso, os leitos marinhos contêm depósitos de minerais estratégicos, como o manganês, o cobalto e o zinco, cuja exploração é também muito importante para a região.

Poluição do oceano Índico

O oceano Índico, como outros oceanos do mundo, enfrenta problemas ambientais relacionados com a poluição química, a poluição por plásticos e a extração de hidrocarbonetos. Estes problemas ameaçam a biodiversidade marinha, a saúde humana e a economia das regiões litorâneas.

  • A poluição química provém de diversas fontes, como a agricultura, a indústria, a navegação e o descarte de resíduos. Alguns dos poluentes mais comuns incluem metais pesados, químicos tóxicos e descarte de águas residuais não tratadas das cidades litorâneas.
  • A poluição por plásticos está associada aos plásticos descartáveis, como garrafas, sacolas e embalagens, que se acumulam nas águas e nas praias da região. Estes plásticos demoram milhares de anos para se degradarem, o que afeta sensivelmente a biodiversidade marinha.
  • A extração de hidrocarbonetos é uma atividade que afeta o oceano devido à poluição gerada pelas plataformas oceânicas e pelos derramamentos de petróleo. Este tipo de poluição afeta sobretudo as zonas próximas do litoral, onde se situam as principais jazidas de hidrocarbonetos.

Turismo no oceano Índico

Islas Maldivas - océano Índico
As ilhas Maldivas são um dos seus destinos turísticos mais populares.

No oceano Índico há muitas ilhas que são exploradas para o turismo, graças às suas praias de areia branca e a água quente e transparente que as rodeia. Entre as mais escolhidas, estão as ilhas Maldivas e as ilhas Seychelles. Estas ilhas também são geralmente parte dos passeios habituais dos cruzeiros mais luxuosos do mundo.

O tsunami de 2004

O tsunami de 2004 afetou os países litorâneos do oceano Índico e provocou 275 mil mortes.

Em 26 de dezembro de 2004, teve lugar no oceano Índico, perto do litoral de Sumatra, na Indonésia, um terremoto submarino de magnitude 9,1 na escala Richter. Este terremoto provocou um tsunami que se propagou a grande velocidade pelas águas do oceano Índico e atingiu o litoral da Indonésia, Tailândia, Sri Lanka, Índia e Somália. A velocidade e o tamanho das ondas foram de tal magnitude que causaram a morte de mais de 275 mil pessoas, além de enormes danos na infraestrutura litorânea e prejuízos econômicos milionários.

Importância histórica do oceano Índico

O oceano Índico tem sido parte de rotas comerciais globais durante séculos.

Algumas delas foram:

  • Rota das especiarias. Durante a Idade Média e da Idade Moderna, as rotas marítimas do oceano Índico foram fundamentais para o comércio de especiarias. Recursos valiosos como a pimenta, o cravo e a canela eram transportados da Ásia para a Europa através do oceano Índico.
  • Comércio de mercadorias. Além das especiarias, o oceano Índico foi fundamental para o comércio de outros bens, como a seda, a porcelana, o marfim, o algodão, o ouro e as pedras preciosas. Estas mercadorias eram trocadas ao longo das rotas marítimas comerciais entre as diferentes culturas e civilizações que bordeavam o Oceano Índico.
  • Rotas coloniais. Durante a era das explorações e colonizações europeias, nos séculos XV e XVI, as potências coloniais estabeleceram portos e colônias ao longo do litoral do oceano Índico. Essas colônias serviram de base estratégica para o controle das rotas comerciais e facilitaram o intercâmbio de bens entre a Europa, a África e a Ásia.

Referências

Como citar?

Citar a fonte original da qual extraímos as informações serve para dar crédito aos respectivos autores e evitar cometer plágio. Além disso, permite que os leitores acessem as fontes originais que foram utilizadas em um texto para verificar ou ampliar as informações, caso necessitem.

Para citar de forma adequada, recomendamos o uso das normas ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que é uma entidade privada, sem fins lucrativos, usada pelas principais instituições acadêmicas e de pesquisa no Brasil para padronizar as produções técnicas.

Sposob, Gustavo. Oceano Índico. Enciclopédia Humanidades, 2024. Disponível em: https://humanidades.com/br/oceano-indico/. Acesso em: 5 de novembro de 2024.

Sobre o autor

Autor: Gustavo Sposob

Professor de Geografia do ensino médio e superior (UBA).

Traduzido por: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ)

Data da última edição: 26 de abril de 2024
Data de publicação: 25 de fevereiro de 2024

Esta informação foi útil para você?

Não

    Genial! Obrigado por nos visitar :)