Vamos explicar tudo sobre a cultura olmeca e como é a sua escrita e religião. Além disso, quais são as suas características, economia e mais.
O que é a cultura olmeca?
A cultura olmeca é considerada a “mãe” das culturas mesoamericanas que se originaram no território do México atual.
Os olmecas habitaram a área costeira do Golfo do México entre 1500 a.C. e 400 a.C.
Considera-se que a cultura olmeca tenha inaugurado um estilo artístico e arquitetônico, que continuou a influenciar culturas posteriores na região, mesmo após o seu declínio como civilização.
O termo “olmeca” é usado para designar tanto a civilização olmeca quanto o seu estilo artístico, que foi usado por culturas posteriores em toda a América Central.
A cultura meca floresceu por volta de 800 a.C., e é geralmente classificada em dois períodos de prosperidade: Período Olmeca I (1500-1200 a.C.) e Período Olmeca II (1200-400 a.C.).
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O que significa “olmeca”?
Não se sabe como os olmecas se chamavam a si mesmos, pois seu sistema de escrita ainda não foi decifrado e não há outras fontes contemporâneas que nos permitam saber.
“Olmeca” é o nome que os arqueólogos e historiadores usam para se referir a esta civilização. A palavra “olmeca” significa literalmente “habitante da região da borracha” e pertence à língua asteca. É uma palavra que os Mexicas usavam, vários séculos depois, para designar todos os habitantes da região de Veracruz e Tabasco.
Além disso, o termo “olmeca” é usado pelos estudiosos para se referir ao povo Nahuatl Olmec-Xicalanca que habitou a região por volta do século VII d.C. Embora alguns historiadores acreditem que a origem deste povo possa ser rastreada até a antiga cultura olmeca, estes termos não devem ser confundidos.
Localização geográfica e temporal dos olmecas
A ascensão da civilização olmeca ocorreu durante o período Pré-Clássico médio, entre 1200 a.C. e 400 a.C., embora alguns achados arqueológicos indiquem que o desenvolvimento desta cultura pode ser anterior a este período.
Os olmecas se estabeleceram na região sudeste dos estados mexicanos de Veracruz e Tabasco, mas sua influência pode ser rastreada em toda a Mesoamérica. Há evidências de que eles estavam relacionados com os povos de Chiapas, dos Vales Centrais de Oaxaca e do Istmo de Tehuantepec. Na atualidade, é possível encontrar vestígios da cultura olmeca também nos territórios da Guatemala, Belize, El Salvador, Nicarágua e Honduras. Acredita-se que esta ampla influência foi o resultado do desenvolvimento de redes de comércio em toda a região.
Seus principais centros cerimoniais foram San Lorenzo (1150 a.C.), La Venta (1750 a.C.) e Três Zapotes (900 a.C.).
A língua e a escrita dos olmecas
Depois da descoberta do Bloco Cascajal (um bloco de pedra com um texto de mais de 62 glifos), acredita-se que os olmecas inventaram o primeiro sistema de escrita nas Américas, antes da escrita maia e zapoteca.
A escrita dos olmecas ainda não foi decifrada, pois os arqueólogos não têm textos suficientes para entender o significado dos glifos. Alguns especialistas acreditam que é um sistema silábico (cada elemento representa uma sílaba) e outros defendem que foi um sistema ideográfico (cada glifo representa uma palavra ou uma ideia). Entretanto, há um acordo comum de que a leitura teria sido horizontal e não vertical.
Além disso, os olmecas criaram calendários baseados nos movimentos do Sol e da Lua, que mais tarde foram utilizados por outras culturas.
A religião e cultura olmeca
A cultura olmeca era religiosa e teocrática. Isto significa que sua organização social e política foi influenciada pelas suas ideias religiosas.
Sua visão de mundo foi encarnada em uma imagem específica: um ser mítico com uma fenda em forma de V na sua cabeça, da qual cresce um pé de milho, que era o símbolo do poder real e da árvore cósmica que conecta o céu com o submundo. Segundo os olmecas, a terra era um plano com quatro pontos extremos e um no centro, que era o eixo do mundo.
Através da arte, eles manifestaram muitas das suas ideias e crenças religiosas. Construíram numerosas esculturas monumentais. As mais conhecidas são as 17 cabeças de basalto encontradas nas proximidades. São cabeças colossais cobertas com capacetes, todas com características distintivas. Os arqueólogos acreditam que devido à particularidade dos seus rostos, as cabeças são retratos de diversos governantes.
A religião era politeísta e suas divindades representavam elementos da natureza como o milho, as estrelas, os vulcões, etc. Os olmecas consideravam certos animais sagrados, tais como o crocodilo, o tubarão, a serpente, e a onça-pintada, esta recebia um culto especial.
Além disso, eles criaram imagens nas quais as divindades tomavam formas fantásticas que misturaram corpos humanos e animais. Os estudiosos afirmam que a religião era dinástica: os olmecas consideravam seus governantes como herdeiros diretos dos deuses. As representações escultóricas reafirmam a posição e o luxo da elite. Em muitas imagens, os governantes aparecem ao lado de seres sobrenaturais, dando-lhes um caráter semidivino.
A organização social dos olmecas
Devido à escassez de fontes, os detalhes da organização social dos olmecas são desconhecidos. Entretanto, através dos monumentos e dos lugares de cerimônias, os historiadores acreditam que eles eram uma sociedade teocrática, governada por uma casta de sacerdotes, com uma elite de famílias guerreiras e uma grande população camponesa.
A economia dos olmecas
A economia dos olmecas teria sido eminentemente agrícola, com um grande comércio com os povos vizinhos. Suas principais culturas eram o milho, alguns legumes e o cacau. Acredita-se também que eles estavam envolvidos na apicultura, na caça e na coleta de frutas silvestres.
A vestimenta dos olmecas
Como os olmecas cultivavam algodão, acredita-se que eles usavam roupas leves, adequadas ao clima quente e úmido da região que habitavam. No entanto, pouco se sabe sobre isso.
Nas estátuas que foram encontradas, as vestimentas das figuras humanas mostram padrões geométricos (em tangas, capas e tatuagens) e acessórios corporais, que parecem incluir couro, ouro e jade. Muitas partes do corpo ficavam descobertas.
Contribuições da cultura olmeca
Há numerosos traços culturais dos olmecas que foram assumidos por outras civilizações mesoamericanas. Entre eles, podemos encontrar:
- O culto da onça-pintada (como um símbolo complexo ligado à profundidade da terra), do mundo noturno e ao fogo (como um sinal de movimento e destruição).
- A invenção da escrita, como um sistema ideográfico que combina glifos e representações figurativas.
- Os centros cerimoniais construídos com um planejamento organizado arquitetonicamente e como destinatários de oferendas religiosas e homenagens.
- As representações de poder em imagens artísticas, que diferenciavam a importância do soberano através da perspectiva.
- A criação do calendário de 260 dias.
O declínio dos olmecas
As razões para o declínio da cultura olmeca não são conhecidas com certeza. Os arqueólogos acreditam que por volta de 400 a.C., a unidade cultural reconhecida como “olmeca” deixou de existir. O assentamento Três Zapotes, fundado pelos olmecas, continuou sendo habitado por outros povos considerados da mesma família linguística olmeca, a Mixe, embora fosse uma identidade cultural diferente.
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Referências
- López Austin, Alfredo; y López Luján, Leonardo (2001): El pasado indígena. México DF: El Colegio de México.
- Duverger, Christian (1999): Mesoamérica, arte y antropología. País: CONACULTA-Landucci Editores.
- Adams, Richard (1977): Prehistoric Mesoamerica. Boston: University of Oklahoma Press.
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