Vamos explicar o que foi o Período Carbonífero, como se divide e como foi seu clima. Além disso, quais são as suas características, fauna e flora.
O que foi o Período Carbonífero?
É conhecido como Período Carbonífero o penúltimo período da Era Paleozoica. Começou há cerca de 354 milhões de anos e terminou há 290 milhões de anos, e durou 64 milhões de anos. É o quinto Período do Paleozoico, posterior ao Devônico e anterior ao Permiano, e também o mais extenso. Além disso, foi um dos períodos mais ativos tectonicamente em toda a história geológica da Terra.
Durante o Período Carbonífero, aconteceram muitas mudanças climáticas importantes para a vida no planeta. Neste período, as florestas aparecem e se expandem, e os primeiros animais vertebrados e insetos proliferam. Uma característica desse período é o tamanho que alcançaram algumas plantas e insetos, já que pela grande disponibilidade de oxigênio que havia puderam se desenvolver e crescer enormemente.
O nome carbonífero, que provém das palavras latinas carbo (“carvão”) e fero (“portador”), foi dado pelos geólogos britânicos William Conybeare e William Phillips em 1822. É porque neste período se produziu uma enorme quantidade de carvão mineral no planeta.
- Veja também: Geologia
Características do Período Carbonífero
As principais características são:
- Começou há 354 milhões de anos e terminou há 290 milhões.
- Divide-se em dois subperíodos: o Mississipiano e o Pensilvaniano.
- Havia uma abundante vida vegetal.
- A disponibilidade de oxigênio era muito superior à atual.
- A fossilização da vida vegetal formou enormes depósitos de carvão, que dão o nome ao período.
- Teve um clima predominantemente quente e úmido.
- As plantas e os insetos atingiram enormes tamanhos.
- Durante este período, a Pangeia era composta por dois subcontinentes: Gondwana e Laurásia.
Divisão do Período Carbonífero
O Período Carbonífero se divide em dois subperíodos:
- Subperíodo Mississipiano. Começou há 354 milhões de anos e terminou há cerca de 323 milhões. Era caracterizada por um clima relativamente quente e úmido. Os mares cobriam grandes superfícies continentais. Além disso, formaram-se florestas pantanosas e assim se produziu uma grande acumulação de matéria vegetal, que mais tarde se converteu em importantes depósitos de carvão.
- Subperíodo Pensilvaniano. Começou há 323 milhões de anos e terminou cerca de 290 milhões. Caracterizou-se por continuar com o clima quente, o que permitiu o desenvolvimento de uma vegetação de grande dimensão e a diversificação da fauna. Além disso, é o subperíodo em que se formaram os grandes depósitos de carvão, que dão nome ao Período Carbonífero.
Geologia do Período Carbonífero
Durante o Período Carbonífero, os continentes começaram a se unir e começou a se formar o supercontinente denominado Pangeia. Este movimento de placas tectônicas produziu, além disso, importantes efeitos sobre a crosta, em especial a formação de vulcões e montanhas, bem como a ocorrência de grandes movimentos sísmicos.
Mais tarde, neste período, a Pangeia começa a se separar novamente em dois subcontinentes: Gondwana, que deriva para o sul, e Laurásia, que se mantém nas zonas equatoriais.
Clima do Período Carbonífero
O clima predominante durante o Período Carbonífero foi quente e úmido. Isto se deveu principalmente ao fato de que boa parte do supercontinente Pangeia se localizava perto da Linha do Equador do planeta, o que lhe permitia ter altas temperaturas e alta umidade. Deste modo, puderam se formar extensas zonas de florestas úmidas e pântanos.
Existem evidências de que no Período Carbonífero também houve resfriamentos e períodos glaciais, porque uma parte da Pangeia (o subcontinente denominado Gondwana) começou a derivar para o sul, a zonas de temperaturas mais baixas. Embora estas geleiras não fossem tão intensas como as que aconteceriam em períodos posteriores, havia evidências sob a forma de depósitos e vales glaciais.
O outro subcontinente, denominado Laurásia, ficou em latitudes equatoriais, de modo que continuaram se formando extensas florestas de clima quente e úmido.
Flora e fauna do Período Carbonífero
Em nenhum outro período geológico houve tanta proliferação de plantas como no Carbonífero. A fossilização dessas plantas em grandes depósitos de carvão é o que dá origem ao nome do período.
Entre essas plantas, prosperaram as samambaias com semente, grandes e arborescentes, as árvores e outras espécies que perduraram até o Período Pérmico, momento em que o aumento da fauna herbívora permitiu controlar a expansão da flora. Os fungos também se diversificaram enormemente durante o Período Carbonífero, já que não havia muitos animais que se alimentassem deles.
Por sua vez, a fauna deste período foi variada. Nos mares, existia grande quantidade de invertebrados, como equinodermos, braquiópodes, esponjas e trilobitas. Os grandes predadores eram peixes e condrictes (da família dos tubarões). Também apareceram os primeiros anfíbios, muitos dos quais conservavam traços dos peixes, mas eram capazes de respirar fora da água.
Os grandes depósitos de carvão
Durante o Período Carbonífero, a Terra era povoada por extensas superfícies de florestas pantanosas, que abrigavam uma enorme variedade de flora. Estas plantas prosperaram em condições quentes e úmidas, e devido à falta de microorganismos e enzimas que as decompuseram, a acumulação de material orgânico nas zonas úmidas e pântanos foi enorme.
À medida que as plantas morriam, os seus restos acumulavam-se e formavam camadas de matéria vegetal que não se decompunha por completo. Assim, a pressão e o calor resultantes da sedimentação ao longo de milhões de anos transformaram gradualmente a matéria vegetal em grandes depósitos de carvão.
Estes depósitos tornaram-se recursos valiosos em épocas posteriores, e tiveram um papel vital na Revolução Industrial e na configuração da sociedade moderna. O carvão extraído destas formações geológicas foi utilizado como fonte de energia, o que impulsionou a maquinaria industrial, a produção de eletricidade e o transporte no final do século XIX e no início do século XX.
Hiperoxigenação da atmosfera
Durante o Período Carbonífero, houve uma grande expansão da vida vegetal devido ao clima quente e aos elevados níveis de umidade. Em consequência da atividade fotossintética realizada pelas plantas, a quantidade de oxigênio na atmosfera aumentou significativamente, atingindo 35% (o que é muito superior à concentração atual de 21%).
Esta grande quantidade de oxigênio permitiu a proliferação da vida animal, em especial dos artrópodes, cujo sistema respiratório dependia diretamente da abundância de oxigênio ao redor.
Os oceanos também mudaram graças a esta hiperoxigenação: os elevados níveis de oxigênio favoreceram a produtividade dos ecossistemas marinhos e a diversificação dos organismos.
A grande quantidade de oxigênio na atmosfera fez com que as plantas e os insetos do Período Carbonífero adquirissem um enorme tamanho. A medullosa, uma planta característica, tinha sementes do tamanho de um ovo. Também foram encontrados fósseis de libélulas de mais de um metro e meio de tamanho, e escorpiões de um metro de comprimento.
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Referências
- National Geographic. (2010). Período carbonífero. https://www.nationalgeographic.es/
- Sabadell, M. A. (2022). Carbonífero: la época de las plantas y los insectos gigantes. Muy Interesante. https://www.muyinteresante.es/
- Tarbuck, E. y Lutgens, F. (2005). Ciencias de la Tierra. Una introducción a la geología física. Pearson Educación.
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