Época colonial

Vamos explicar o que foi a época colonial e como foi a colonização em distintos continentes. Além disso, as características e as consequências.

As populações de outros continentes eram dominadas e submetidas pela Europa.

O que foi a época colonial?

A época colonial foi o período histórico em que as populações de diversos continentes, como a América e a África, foram controladas e submetidas pelo poder dos impérios europeus, como o espanhol, o francês e o inglês. O processo de dominação teve um alcance integral e abrangeu questões religiosas, políticas, sociais e culturais.

Época colonial na América

Época colonial
A coroa britânica se apoderou dos territórios do litoral leste da América.

As principais colônias na América estavam sob domínio espanhol, português, e depois anglo-saxônico. A mais extensa das três foi a espanhola, que após a chegada ao continente no século XV, procedeu a sua sangrenta conquista.

A coroa espanhola dizimou de forma brutal e sem piedade as civilizações originais. Além disso, impôs uma divisão da terra e dos recursos com base em três vice-reinados: o da Nova Espanha, o do Peru e o da Nova Granada, com a posterior criação de um quarto: o vice-reinado do rio da Prata. Todos os vice-reinados eram controlados pela Espanha. Foi-lhes imposta uma série de restrições comerciais e políticas que garantiam a primacia da sociedade europeia.

A sociedade americana nascente era fruto de 300 anos de hispanização e sincretismo com as culturas locais. A esta combinação se somou a cultura negra, levada da África até a América em qualidade de mão de obra escrava. As colônias hispânicas estiveram sujeitas ao controle europeu até ao século XIX, no qual se produziram as guerras pela independência e se criaram as repúblicas latino-americanas.

A coroa britânica apropriou-se dos territórios do litoral leste do subcontinente e estabeleceu sua primeira colônia em 1585, na ilha de Roanoke (atual território da Carolina do Norte, Estados Unidos).

A expansão britânica continuou durante os séculos seguintes. Erradicou as tribos locais e ao mesmo tempo transplantou sua cultura (especialmente os protestantes, que buscavam maior abertura religiosa, começando do zero no “novo” continente) para a América.

As condições em que estas primeiras 13 colônias operavam eram similares em sua dependência e controle remoto ao caso hispânico. No entanto, devido ao seu crescimento acelerado durante o século XVIII, ocorreu a Revolução Americana e em 1783 já eram independentes.

Época colonial na África

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A colonização africana ocorreu durante o século XIX. As potências mundiais europeias, em pleno desenvolvimento econômico devido à Revolução Industrial, necessitavam de matéria-prima. Tendo perdido suas colônias americanas, dirigiram seus pensamentos para a África, que era para eles um território quase desconhecido.

Entre a Alemanha, a França, a Bélgica, a Holanda, a Itália e a Espanha e outros países, procederam ao que se chamou a Divisão da África: traçaram limites entre colônias com base nos paralelos e sem se preocuparem em conhecer a natureza dos territórios ou das suas civilizações originárias.

Alguns destes territórios superaram o colonialismo através das primeiras guerras de independência (como a angolana). Em outros casos, os territórios foram abandonados pelos colonizadores, porque o custo de administrar essas colônias era muito elevado em comparação com a vantagem que os colonos poderiam obter.

Os países africanos tinham uma organização caótica e desigual, cujas tensões próprias em muitos casos se acentuaram com a independência. Isto aconteceu em muitos casos, em meados do século XX.

Época colonial na Oceania

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Na Austrália, o Império Britânico construiu prisões como Port Arthur.

A ocupação e colonização da Oceania começou no século XVII e foi concluída durante o XVIII e início do XIX. Inicialmente, foi uma colônia penitenciária, depois agrícola e pecuária, e, finalmente, mineradora.

Durante todas estas etapas esteve nas mãos do Império britânico, no caso da Austrália e da Nova Zelândia, mas também da França, de Portugal e até do Japão, durante o século XIX.

Época colonial na Índia

O caso da Índia merece ser mencionado à parte. Os europeus, como o navegador português Vasco da Gama, chegaram à Índia no início do século XV, em busca de novas rotas de comércio e novos recursos disponíveis. Cidades como Goa foram controladas pelo Império Português e Espanhol (depois da União Ibérica) durante quatro séculos.

Por outro lado, seus rivais europeus fundaram companhias de comércio, como a Companhia das Índias Orientais (East India Company), de origem britânica, ou a Companhia Unida das Índias do Leste (Verenigde Oss-Indische Compagnie), oriunda dos Países Baixos. Cada uma delas defendia os interesses nacionais da Índia.

No século XVIII, os britânicos conquistaram o favor do Império Mongol. Assim, estabeleceram-se em numerosas aldeias perto de Calcutá, pagando com prata e ouro os privilégios concedidos, e tornou-se notória a sua predominância.

Além disso, contavam com os cipaios, soldados treinados na Europa e dirigidos por índios, para proteger seus interesses na região e enfrentavam as tropas francesas. Ambas as nações europeias ganharam influência na política local e acabaram por contribuir para a queda do Império Mongol.

Como consequência, criaram-se protetorados e Estados coloniais. O mais importante foi o Raj Britânico, que se espalhou pela Índia e durou de 1858 a 1947.

Época colonial na Ásia

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O comércio colocou o Império Britânico contra a China nas Guerras do Ópio.

No caso asiático, as colônias europeias abrangeram áreas culturais muito diferentes. Por exemplo, a região da Indochina, foi colonizada pelos franceses durante o século XIX e depois intervida pelas políticas exteriores norte-americana e soviética no século XX, durante a Guerra Fria.

O Vietnã, o Camboja, o Laos e as suas regiões próximas da China foram uma colônia francesa durante uma parte importante do século XIX. Por outro lado, a região chinesa sofreu diversos processos coloniais.

No início, o comércio britânico que levava ópio em troca de chá e sedas, defendia seu negócio inclusive contra o próprio estado chinês, ou os franceses que provinham do sudeste, e inclusive da Alemanha. Cidades portuárias e de importância como Hong Kong, Shandong ou a região da Manchúria foram colônias europeias até o século XX.

Características das sociedades coloniais

As sociedades coloniais podem ser muito diversas entre si, mas, geralmente são constituídas com base na predominância de uma elite estrangeira ou aliada aos estrangeiros, sobre as multidões empobrecidas.

Estas elites se ocupam da condução da nação e da penetração da cultura estrangeira. Estabelecem relações culturais de subordinação e de sujeição, em troca, muitas vezes, de um suposto “progresso”. Algumas podem ser mais uniformes do que outras, mas nelas a raça costuma desempenhar um papel importante na separação dos estratos cidadãos.

Na colônia espanhola na América houve uma sociedade separada por etnias: a branca europeia era a que governava, a indígena se dedica à servidão e a negra foi reduzida à escravidão.

No entanto, foi impossível evitar a mestiçagem e o sincretismo, sobretudo em regiões como a caribenha, dotadas de uma diversidade racial única, chamada de o “cadinho das raças”.

Características das economias coloniais

As economias coloniais foram construídas com base no lucro da metrópole acima da colônia, que atuava como uma mera instalação de extrativismo. Ou seja, os recursos locais eram explorados e enviados para a Europa, para depois comercializar os produtos elaborados com essa matéria-prima.

Tratava-se de um intercâmbio desigual, sustentado à força e mediante coações, para impedir que as colônias se levantassem para exigir um novo acordo, de mútuo benefício.

Por exemplo, as colônias americanas-hispânicas tinham proibido por decreto real toda forma de comércio entre si e com outras nações, devendo exclusivamente enviar seus recursos à Espanha, de onde lhes era devolvida uma ínfima parte, já que aplicavam enormes impostos e dízimos.

Vestimenta na época colonial

Os habitantes locais podiam manter suas roupas tradicionais.

A vestimenta na maioria das colônias da história refletiu as distinções de classe e de raça impostas à sociedade. As vestimentas europeias faziam parte do traje que deviam conservar os embaixadores (formais ou informais) da metrópole na colônia.

Em vez disso, os vassalos, servos, escravos ou simples habitantes locais podiam manter as suas vestes tradicionais. Só eram proibidos quando infringiam os preceitos morais impostos pela colônia.

Imigração colonial

As colônias eram um destino habitual dos migrantes europeus e metropolitanos, que viam nelas a oportunidade de enriquecer e regressar à sua pátria, ou então começar uma nova vida.

Distinguem-se, por exemplo, as colônias hispano-americanas, inicialmente destinadas à extração de recursos para o enriquecimento ou a aquisição de um título de nobreza e ao regresso à Espanha, dos migrantes anglo-saxões que viam na sua nova vida uma oportunidade de fundar uma nação própria e única.

Os impérios coloniais

Os quatro grandes impérios coloniais da história foram:

  • O Império Colonial Britânico, do século XVI até 1949.
  • O Império Colonial Espanhol, de 1492 a 1898.
  • O Império Colonial Francês, do século XVI até 1958.
  • O Império Colonial Português, de 1415 a 1975.

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Como citar?

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ETECÉ, Equipo editorial. Época colonial. Enciclopedia Humanidades, 2024. Disponível em: https://humanidades.com/br/epoca-colonial/. Acesso em: 26 abril, 2024.

Sobre o autor

Traduzido por: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ)

Data da última edição: 1 abril, 2024
Data de publicação: 23 fevereiro, 2024

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