Evolução do homem

Vamos explicar o que foi a evolução do ser humano e quais foram suas etapas. Além disso, suas características gerais e as diferentes espécies.

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A evolução do homem é estudada a partir de diferentes disciplinas científicas.

O que foi a evolução do homem?

A evolução do homem, também conhecida como ‟processo de hominização”, foi o processo de mudança e adaptação da espécie humana.

Trata-se de um processo complexo que durou mais de quatro milhões de anos. Abrange o aparecimento e a extinção de diversas espécies do gênero Homo, do qual a espécie humana atual é a única sobrevivente.

De um ponto de vista científico, a evolução humana responde às mesmas leis e parâmetros que a evolução do resto das espécies vivas. Os estudos atuais se desprendem da ‟teoria da evolução” que postulou Charles Darwin em seu livro A origem das espécies, publicado no século XIX.

A evidência científica da evolução do homem

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Para conhecer a evolução humana se realizam estudos interdisciplinares sobre restos fósseis e materiais.

A antropologia é a disciplina científica principal que se ocupa do estudo da origem do homem. Especificamente, os ramos da arqueologia, antropologia cultural e da antropologia física são complementados por estudos de outras disciplinas, como a biologia, a paleontologia, a genética e a fisiologia.

Os estudos interdisciplinares permitiram investigar e analisar os restos fósseis encontrados pelos arqueólogos e assim gerar uma linha de tempo evolutiva da espécie humana. Nas últimas décadas, as técnicas científicas de datação têm melhorado notavelmente, o que permitiu determinar com maior detalhe a localização temporal dos diferentes restos fósseis e materiais pertencentes às diferentes fases evolutivas do gênero Homo.

No entanto, os especialistas ainda debatem muitas questões e a proposta da linha de tempo evolutiva continua em desenvolvimento. Há divergências quanto a como classificar alguns restos fósseis ou como interpretar a origem de certos traços culturais. Por esta razão, é possível encontrar diferentes periodizações da linha de tempo evolutiva da espécie humana.

As etapas da evolução do homem

Em relação aos achados de restos fósseis e materiais, os especialistas elaboraram uma linha de tempo da evolução do homem, que compreende diferentes etapas:

Os primeiros antepassados: Australopithecus afarensis

Os restos fósseis do hominídeo mais antigo na linhagem ancestral da espécie humana correspondem ao chamado Australopithecus afarensis. Graças ao achado de fósseis de 35 indivíduos diferentes na Tanzânia e de um esqueleto 40% completo na Etiópia (a quem chamaram de Lucy), os especialistas calculam que os Australopitecos viveram entre 4 e 2 milhões de anos atrás. Estes hominídeos caminhavam de forma ereta, o que lhes deu uma série de vantagens como a liberação das mãos durante os movimentos e um campo de visão frontal.

A origem do gênero humano: Homo habilis

Os achados de restos fósseis em Olduvai (Tanzânia) e Turkana (Quênia) permitiram identificar uma espécie diferente, descendente dos Australopithecus afarensis. Os fósseis têm 2,5 milhões de anos de idade e apresentam um maior volume craniano. Foram encontrados ao lado de materiais líticos (de pedra) em forma de ferramentas cortantes.

Expansão territorial: Homo erectus

Outra espécie de hominídeos, chamados Homo erectus, descenderam do Homo habilis. A partir dos restos encontrados na África, na Europa e na Ásia, os especialistas debatem se esta linhagem de hominídeos que leva ao ser humano atual se desenvolveu na África e depois migrou para outros continentes. Os restos mortais permitem datar esta fase evolutiva entre 1,5 milhão de anos e 500.000 anos atrás. As comunidades de Homo erectus fabricaram ferramentas mais complexas e desenvolveram formas de subsistência socialmente adquiridas, baseadas na cooperação, na divisão do trabalho e na prática de compartilhar os alimentos. Além disso, os restos indicam que dominavam o uso do fogo e caçavam animais grandes.

O processo de sapientização: do Homo sapiens ao ser humano atual

Nas diferentes partes do mundo, o Homo erectus atravessou um processo evolutivo no qual primou a cultura como fonte de inovações adaptativas. Gradualmente houve uma transição do Homo erectus ao primeiro Homo sapiens (chamado “arcaico”), e deste a uma subespécie conhecida como Homo sapiens sapiens, o ser humano atual.

Existem restos fósseis que permitem categorizar diferentes espécies de Homo sapiens arcaicos. As datações os colocam entre 500.000 e 200.000 anos atrás. Os fósseis mostram uma peculiar melhoria em suas capacidades cranianas e vocais. Os restos materiais permitem identificar um desenvolvimento cultural análogo, com comunidades cada vez mais numerosas. Entre os Homo sapiens arcaicos foram categorizadas muitas subespécies. Delas evoluíram o Homo neandertal, que habitou em zonas de clima mais frio e o Homo sapiens sapiens que, há 30.000 anos, ficou como único sobrevivente entre os hominídeos e a que pertence o ser humano atual.

O desenvolvimento do cérebro humano

Um dos traços mais destacados do processo evolutivo humano tem a ver com o desenvolvimento do cérebro e suas capacidades de aprendizagem:

  • Australopithecus. Apresenta uma média de 450 cm³ de capacidade craniana, um pouco mais que a de um chimpanzé.
  • Homo habilis. Muito mais desenvolvido, cerca de 650 cm³ de cérebro.
  • Homo erectus. Inicialmente mostrava cerca de 850 cm³, mas em seus últimos indivíduos podia ter chegado a 1100 cm3.
  • Homo neandertal. Alcançou um pouco mais de 1150 cm3 de capacidade craniana.
  • Homo sapiens. Possui uma capacidade média de 1550 cm³ de cérebro.

Os polegares opositores

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Compartilhamos o uso de polegares opositores com os primatas superiores.

Uma das características particulares da evolução humana é a presença e utilidade de polegares opositores. Nós compartilhamos esta característica com os primatas superiores e só foi útil uma vez desenvolvida a postura bípede e liberadas as extremidades superiores.

Dado que os nossos polegares podem tocar a ponta dos outros dedos, permitem-nos o uso preciso e exato de ferramentas manipuladas com as nossas mãos.

A linguagem articulada

Uma das maiores características que distinguem o Homo sapiens de seus antecessores é o surgimento de uma linguagem articulada, que nos permite, entre outras coisas, formular e compartilhar pensamentos complexos, que se referem a objetos que não estão presentes, mas que podemos trocar por sinais.

Pedestação

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Nossa coluna curvada é projetada para uma vida bípede.

Ao contrário da coluna reta dos macacos, a coluna dos humanos e seus antecessores apresenta curvaturas que são desenhadas para uma vida bípede, de pé no plano, porque lhes permitem sustentar o peso inteiro do corpo. Nossa coluna funciona como uma mola, com vértebras redondas que suportam o peso da cabeça e do tronco.

A cronologia evolutiva

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O fóssil de Australopithecus afarensis mais antigo tem 4 milhões de anos.

Entre as principais espécies da evolução hominídea podemos encontrar:

  • Australopithecus afarensis. 4 a 2 milhões de anos atrás.
  • Homo habilis. 2,6 a 1,5 milhões de anos atrás.
  • Homo erectus. 1,5 milhão a 5000 anos atrás.
  • Homo sapiens arcaico. 000 a 200.000 anos atrás.
  • Homo neardental. 000 a 30.000 anos atrás.
  • Homo sapiens sapiens. 200.000 anos atrás e há 35.000 anos é a única espécie humana.

Referências

Como citar?

As citações ou referências aos nossos artigos podem ser usadas de forma livre para pesquisas. Para citarnos, sugerimos utilizar as normas da ABNT NBR 14724:

KISS, Teresa. Evolução do homem. Enciclopedia Humanidades, 2023. Disponível em: https://humanidades.com/br/evolucao-do-homem/. Acesso em: 30 abril, 2024.

Sobre o autor

Autor: Teresa Kiss

Professora de História do ensino médio e superior.

Traduzido por: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ)

Data da última edição: 4 dezembro, 2023
Data de publicação: 29 junho, 2023

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