Vamos explicar o que é o industrialismo e quais são as suas características. Além disso, a sua origem e a sua relação com o capitalismo, o comunismo e o desenvolvimentismo.
O que é o industrialismo?
O industrialismo é um modelo econômico baseado na produção em massa de bens e serviços. Este sistema está em vigor no mundo desde seu surgimento com a Revolução Industrial no século XVIII. Caracteriza-se pelo uso extensivo de maquinário e tecnologia na produção e pela organização do trabalho em grandes fábricas e empresas.
O modelo industrialista se expandiu por meio do processo de industrialização, no qual diferentes sociedades foram adotando o uso de tecnologia, máquinas e métodos de produção para fabricar bens em grandes quantidades. Este processo teve enormes consequências para a organização política e social em todo o mundo.
Perguntas frequentes
O que é industrialismo?
O industrialismo é um sistema econômico e social baseado na produção industrial em larga escala e no desenvolvimento da indústria como o principal motor da economia.
Quando surgiu o industrialismo?
O industrialismo surgiu no século XVIII com a Revolução Industrial, que marcou o início da produção em larga escala impulsionada por maquinário e tecnologia em vez da produção artesanal.
Quais são as principais características do industrialismo?
As principais características do industrialismo incluem a produção em larga escala, o uso de máquinas e tecnologia na fabricação de bens e o grande impacto dessa forma de produção nas estruturas econômicas e sociais.
Qual é a diferença entre industrialismo e industrialização?
Industrialismo é o sistema econômico e social baseado na produção industrial em larga escala. Por outro lado, a industrialização é o processo pelo qual uma sociedade desenvolve e expande sua indústria.
O industrialismo é um fenômeno atual?
Sim. Atualmente, o industrialismo é caracterizado pela automação e digitalização da produção, pela globalização das cadeias de suprimentos e pela crescente preocupação com a sustentabilidade ambiental.
- Veja também: Proletariado
Características do industrialismo
Entre as principais características do industrialismo estão:
- Industrialização. O uso extensivo de maquinário e tecnologia é promovido em todos os processos de produção, deixando de lado a produção artesanal de produtos manufaturados.
- Produção em massa. O objetivo é produzir grandes quantidades de produtos padronizados da forma mais simples e eficiente possível.
- Divisão do trabalho. O processo de produção é dividido em diferentes fases, com diferentes níveis de complexidade. Os trabalhadores participam de uma única fase de todo o processo de produção.
- Urbanização. O desenvolvimento industrial leva à concentração da população em áreas próximas à localização das fábricas e de outras instalações produtivas. Desta forma, as cidades crescem e novos centros urbanos industriais são formados.
- Mudança social. O industrialismo muda a estrutura da sociedade e afeta as possibilidades de progresso econômico, as relações de trabalho, a organização familiar e as associações de classes.
- Desenvolvimento tecnológico. Há um impulso constante para o desenvolvimento de novas tecnologias, invenções e inovações com o objetivo de melhorar a eficiência e a produtividade.
Origem do industrialismo
O industrialismo tem sua origem na Revolução Industrial, que transformou as sociedades ocidentais a partir de meados do século XVIII. A revolução produtiva teve início na Inglaterra por volta de 1760 e se estendeu aos países da Europa Ocidental, ao Japão e aos Estados Unidos.
Nessa época, a burguesia (uma classe social de comerciantes) começou a investir em processos de produção, na instalação de fábricas com grandes máquinas e no desenvolvimento de invenções e inovações tecnológicas.
A produção fabril mudou as formas de organização do trabalho e substituiu a produção em oficinas artesanais. O uso de máquinas para determinadas tarefas levou à redução dos custos e acelerou o ritmo produtivo, o que melhorou o desempenho das empresas.
- Veja também: Causas e consequências da Revolução Industrial
Os avanços tecnológicos do industrialismo
Desde a Revolução Industrial, várias inovações foram introduzidas no processo de produção com o objetivo de torná-lo mais rápido, eficiente e lucrativo. As inovações abrangeram desde a incorporação de diferentes técnicas de trabalho até novos maquinários e invenções.
Entre as inovações tecnológicas mais importantes para o desenvolvimento do industrialismo entre os séculos XVIII e XIX estão:
- Máquina a vapor. Esta máquina era utilizada para converter energia térmica (contida no vapor de água) em energia mecânica que poderia ser usada para movimentar outras máquinas. Seus principais usos eram a produção fabril, a moagem e o transporte (ferrovias e navios).
- Tear elétrico. Esta inovação possibilitou automatizar uma grande parte da indústria têxtil, um dos setores mais importantes do século XVIII. A mecanização viabilizou o aumento da quantidade de produtos produzidos e, ao mesmo tempo, a redução do tempo e dos custos de produção.
- Ferrovias. O desenvolvimento das ferrovias a vapor e a construção de redes ferroviárias tornaram o transporte de produtos e pessoas mais rápido, mais eficiente e mais seguro. Isto, por sua vez, promoveu a expansão territorial do industrialismo.
- Aço. No século XIX, a criação de uma nova maneira de produzir aço de forma mais econômica e em maior quantidade permitiu que este material substituísse o ferro na construção de grandes infraestruturas (pontes, edifícios e maquinário industrial).
- Energia elétrica. A criação de sistemas de geração e distribuição de energia elétrica transformou a organização produtiva e a vida cotidiana. A invenção da lâmpada permitiu a iluminação noturna e a introdução de maquinário elétrico em fábricas e residências.
- Telégrafo. O desenvolvimento do telégrafo tornou possível a comunicação imediata em longas distâncias, o que não existia anteriormente. A comunicação através de fios elétricos permitiu uma melhor organização de empresas e governos.
- Motor de combustão interna. Na segunda metade do século XIX, a invenção dos motores a gasolina revolucionou diferentes áreas da mecanização e possibilitou o desenvolvimento da indústria automotiva.
- Veja também: Segunda Revolução Industrial
Indústria pesada e indústria leve
A partir dos séculos XVIII e XIX, os avanços na produção permitiram que as atividades industriais se diversificassem e se especializassem. À medida que a produção industrial se expandia, dois setores distintos, conhecidos como “indústria pesada” e “indústria leve”, foram se definindo.
A indústria pesada é responsável pela criação de bens de capital, ou seja, bens que são usados como insumos em outras indústrias. Os bens produzidos na indústria pesada são necessários para o desenvolvimento da indústria leve. Por exemplo, maquinários de grande porte, materiais como aço, equipamentos de transporte e produção química pertencem a esta categoria.
A indústria leve é a que produz bens de consumo. Trata-se de bens destinados ao cidadão comum, como têxteis, alimentos processados, móveis e produtos eletrônicos para uso diário.
Os produtos da indústria pesada geralmente são de grande porte e requerem instalações de fabricação mais complexas. Portanto, o desenvolvimento da indústria pesada implica um investimento de capital mais alto. Em contrapartida, os produtos da indústria leve geralmente são menores e podem ser produzidos com sistemas mais simples, exigindo menos investimentos para seu desenvolvimento.
Industrialismo, capitalismo e comunismo
Desde sua origem, o industrialismo esteve ligado ao desenvolvimento e à expansão do capitalismo. O capitalismo é um sistema econômico e social no qual os meios de produção (fábricas, terras e maquinário) são de propriedade privada e operados para obter benefícios.
Neste sistema, os proprietários das empresas constituem a classe social da burguesia. Esta classe social obtém seus lucros através da exploração da classe trabalhadora. No capitalismo, os trabalhadores vendem sua força de trabalho nas fábricas em troca de salários. A burguesia obtém um lucro econômico chamado de mais-valia, que é gerado porque o salário que o trabalhador recebe é menor do que o valor das mercadorias produzidas em sua jornada.
Em oposição ao capitalismo, diversos pensadores e políticos criaram o socialismo. Este modelo critica as desigualdades e injustiças produzidas pelo sistema capitalista e promove a incorporação de medidas que geram uma distribuição mais equitativa da riqueza e do poder econômico.
Por sua vez, o comunismo, um dos ramos do socialismo, sustenta que, enquanto houver propriedade privada, os meios de produção estarão nas mãos de uma classe social que explorará outra. Portanto, para os comunistas, a única maneira de eliminar a desigualdade social é por meio da abolição da propriedade privada e do estabelecimento de uma sociedade sem classes. Segundo este ponto de vista, o Estado deve se encarregar de organizar toda a produção industrial e os lucros devem ser compartilhados de forma equitativa para o bem social.
- Veja também: Guerra Fria
Industrialismo e desenvolvimentismo
O desenvolvimentismo é uma teoria política que surgiu em meados do século XX na América Latina e exerceu influência em diversas partes do mundo. Esta teoria sustenta que os governos devem promover ativamente o industrialismo em seus países, com o objetivo de alcançar um melhor nível econômico e social.
Esta corrente de pensamento político está ligada à história específica da América Latina, uma região que sofreu com a imposição colonial desde o século XV e com a implementação de sistemas produtivos sujeitos a interesses estrangeiros. Após os processos de independência, os países latino-americanos orientaram suas economias para a produção de matérias-primas para exportação a países com indústrias desenvolvidas.
Neste sentido, durante as décadas de 1960 e 1970, os diferentes movimentos políticos desenvolvimentistas promoveram em seus respectivos países o estabelecimento de medidas econômicas voltadas para o industrialismo. Estes governos investiram na industrialização como um motor de desenvolvimento econômico, com o objetivo de reduzir a dependência das economias latino-americanas em relação às exportações de matérias-primas e melhorar a diversificação produtiva.
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Referências
- Ackermann, M. E., Schroeder, M. J. y otros. (2008). 1750 to 1900; Industrial Revolution. Encyclopedia of World History. Age of Revolution and Empire. Vol IV. Facts on File.
- The Editors of Encyclopaedia Britannica. (2023). Industrialization; Industrial Revolution. Encyclopedia Britannica. https://www.britannica.com/
- Stearns, P. (Ed.). (1994). Industrialization. Encyclopedia of Social History. Garland Publishing.
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