Camada de ozônio

Vamos explicar o que é a camada de ozônio e suas características. Além disso, como protegê-la, o que é o buraco da camada de ozônio, suas consequências e muito mais.

Capa de Ozono - Polo Norte
A camada de ozônio filtra os raios ultravioletas que podem ser prejudiciais para os seres vivos.

O que é a camada de ozônio?

A camada de ozono é uma camada da atmosfera terrestre que se destaca pela sua elevada concentração de ozônio. Estende-se entre os 15 e os 45 quilômetros de distância do solo terrestre. Também é denominada “ozonosfera”.

Sendo capaz de filtrar a maior parte da radiação ultravioleta que vem do Sol, a camada de ozônio funciona como um escudo protetor para a Terra. Parte desta radiação é necessária para o desenvolvimento da vida, mas em quantidades elevadas pode ser prejudicial para os seres vivos.

A camada de ozônio foi descoberta pelos físicos franceses Charles Fabry e Henri Buisson em 1913. O físico britânico Gordon M. B. Dobson criou, em 1924, um sistema de medição para calcular a espessura da camada de ozônio, denominado Unidade Dobson (DU para as suas siglas em inglês).

Características da camada de ozônio

As principais características são as seguintes:

  • Tem composição gasosa e está localizado na estratosfera, que é a segunda camada mais próxima da superfície da Terra.
  • Estende-se a partir dos 15 quilômetros da superfície terrestre até aos 45 quilômetros de altitude.
  • As moléculas de ozônio que a compõem são constituídas por três átomos de oxigênio (em vez de dois, como na molécula de oxigênio).
  • É indispensável para a vida, já que filtra a maioria dos raios ultravioletas que provêm da luz solar e que podem resultar prejudiciais para os seres vivos.
  • A espessura é medida através da unidade de medida de Dobson (DU), equivalente a 0,01 milímetro de espessura em condições normais de pressão e de temperatura.
  • As principais substâncias químicas que a afetam são o clorofluorcarbono (CFC) e o hidroclorofluorcarbono (HCFC).
  • A partir do Protocolo de Montreal, assinado em 1987, todos os países se comprometeram a reduzir as emissões de gases que danificam a camada de ozônio.

Substâncias prejudiciais à camada de ozônio

aerosol - halógenos
Os clorofluorocarbonos utilizados nos aerossóis desintegram a camada de ozônio.

As principais substâncias prejudiciais para a camada de ozônio incluem:

  • Clorofluorcarbono (CFC). É um composto químico que contém cloro, flúor e carbono derivado de hidrocarbonetos saturados ou petróleo. É uma das principais causas da desintegração da camada de ozônio, porque pode dissolver completamente as moléculas de ozônio. Costumava ser utilizado em todos os tipos de aerossóis, solventes e condicionadores de ar, mas atualmente já quase não é utilizado.
  • Hidroclorofluorcarbono (HCFC). É um composto semelhante ao CFC, mas, além de cloro, flúor e carbono, contém hidrogênio, o que torna mais instáveis as moléculas de cloro quando entram em contato com o ozônio da estratosfera. Atualmente, está praticamente fora de uso.
  • Brometo de metilo. É um composto orgânico utilizado na indústria agrícola para fumigar. Constatou-se que a camada de ozônio é menos prejudicada do que o CFC e o HCFC.
  • Metilclorofórmio ou tricloroetano. É uma substância atualmente proibida por causar intoxicação em seres vivos que a inalaram e por danificar a camada de ozono. Trata-se de um composto orgânico à base de uma mistura complexa de hidrocarbonetos, de estrutura líquida e com odor intenso, utilizado como solvente em algumas indústrias.
  • Cloreto de carbono ou tetracloreto. Trata-se de um composto químico gasoso atualmente proibido devido ao seu elevado nível de toxicidade para a água, o ar e o solo. Era usado como extintor e na produção de refrigerantes.

O que é o buraco da camada de ozônio?

capa de ozono
O buraco na camada de ozônio é uma área que possui baixa densidade de moléculas de ozônio.

O buraco da camada de ozônio é uma área danificada da camada, que apresenta menor densidade ou empobrecimento das moléculas de ozônio. Isto permite uma maior passagem dos raios ultravioleta até a superfície terrestre, o que é prejudicial para os seres vivos.

As causas dos buracos da camada de ozônio são de dois tipos:

  • Causas naturais. Correspondem a fenômenos naturais que podem alterar a concentração das moléculas de ozônio. Por exemplo: as erupções vulcânicas, as correntes de ar da estratosfera, a atividade solar ou as baixas temperaturas, que aumentam os níveis de cloro e de bromo no ar e que são capazes de desintegrar o ozônio.
  • Causas humanas. Correspondem a atividades e ações realizadas pelo ser humano e que são danosas para a camada de ozônio. Por exemplo, a utilização de CFC em aparelhos de ar-condicionado e refrigeração ou a produção de espumas plásticas e aerossóis.

A partir da década de 1970, os cientistas detectaram que em diversas zonas da ozonosfera estava diminuindo a concentração de moléculas de ozônio, em especial nas regiões polares. A essa diminuição considerável da largura da camada de ozônio, chamaram-lhe “buraco da camada de ozônio”.

Assim, tendo em vista a proteção da camada de ozônio, em 1987 foi assinado no Canadá o Protocolo de Montreal, um acordo ambiental assinado com a Organização das Nações Unidas (ONU) por representantes de diversos países. Foi neste momento que se assumiu o compromisso de reduzir, mundialmente, a produção e o consumo de diversas substâncias danosas à camada de ozônio, incluindo o CFC e o HCFC. Além disso, em 1994, a ONU proclamou o dia 16 de setembro como o Dia Internacional da Preservação da Camada de Ozônio.

Atualmente, a camada de ozônio está se recuperando gradualmente devido às regulamentações aplicadas internacionalmente que regulam as atividades de comercialização e utilização de substâncias danosas. Graças a isso, espera-se que esteja totalmente recuperada até 2050.

Consequências da redução da camada de ozônio

A redução da camada de ozônio tem consequências importantes para a vida no planeta:

  • Impacto na saúde humana. A exposição crônica e excessiva à radiação ultravioleta (UV) pode ter efeitos negativos na saúde das pessoas, como o câncer e o envelhecimento prematuro da pele, danos ao DNA e o enfraquecimento do sistema imunológico.
  • Danos à vida marinha. Os organismos marinhos, como o fitoplâncton, o zooplâncton, os corais e as larvas de peixes, são particularmente vulneráveis à radiação UV e a exposição excessiva pode afetar a sua saúde e sobrevivência.
  • Impacto na vegetação terrestre. As plantas terrestres também podem ser afetadas por radiação UV excessiva, causando alterações na fotossíntese e danos ao seu DNA.
  • Efeitos na fauna terrestre. A fauna terrestre, como insetos, anfíbios e répteis, pode sofrer danos, principalmente na pele e nos olhos.

Referências

  • Casatti, P. (2017). Cómo afectan los rayos ultravioletas a las plantas. CONICET. https://www.conicet.gov.ar/
  • Milo, A. (2023). Atmósfera terrestre: así funciona el manto vital que permite la vida en la Tierra tal como la conocemos. National Geographic en Español. https://www.ngenespanol.com/
  • Nuñez, C. (2020). ¿Qué es la capa de ozono y por qué es importante?. National Geographic.  https://www.nationalgeographic.es/
  • Tarbuck, E. y Lutgens, F. (2005). Ciencias de la Tierra. Una introducción a la geología física. Pearson Educación.

Como citar?

As citações ou referências aos nossos artigos podem ser usadas de forma livre para pesquisas. Para citarnos, sugerimos utilizar as normas da ABNT NBR 14724:

SPOSOB, Gustavo. Camada de ozônio. Enciclopedia Humanidades, 2024. Disponível em: https://humanidades.com/br/camada-de-ozonio/. Acesso em: 4 maio, 2024.

Sobre o autor

Autor: Gustavo Sposob

Professor de Geografia do ensino médio e superior (UBA).

Traduzido por: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ)

Data da última edição: 19 janeiro, 2024
Data de publicação: 19 janeiro, 2024

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