Vamos explicar quem foi Sigmund Freud e os temas que abrangeram seus estudos. Além disso, quais são suas características e obras reconhecidas.
Quem foi Sigmund Freud?
Sigmund Freud foi um psiquiatra austríaco que pesquisou a estrutura e o comportamento da mente, bem como as patologias associadas a ela. Sua principal contribuição ao conhecimento humano foi a criação da Psicanálise. Esta disciplina é tanto um método de investigação como uma técnica terapêutica.
Sua teoria se baseou no estudo de pacientes, e seus casos foram publicados, apoiando suas teorias. Suas obras e descobertas foram publicadas no final do século XIX, revolucionando o pensamento do século XX, por suas principais inovações:
- A possibilidade de tratar as afecções psíquicas com uma terapia alternativa aos fármacos: a psicanálise.
- A descoberta de um setor do pensamento alheio ao nosso próprio conhecimento: o inconsciente.
A seguir, e como resumo da teoria de Freud, vamos expor as características mais importantes.
- Veja também: Estruturalismo
Biografia
Sigmund Freud nasceu em 6 de maio de 1856 na República Tcheca. Foi filho de Jacob Freud, de um judeu ortodoxo, e de sua terceira esposa, Amalia Nathansohn.
Desde muito pequeno, Freud demonstrou sua inteligência e curiosidade, sendo capaz de ler em alemão, francês, italiano, espanhol, inglês, hebreu, latim e grego. Depois de estudar direito, filosofia e zoologia fora da universidade, formou-se como médico em 1881. Dedicou-se à dermatologia e à psiquiatria. Casou-se com Martha Bernays em 1886, com quem teve seis filhos: Mathilde, Jean-Martin, Oliver, Ernst, Sophie e Anna.
Em Paris, junto a Jean Martin Charcot, estudou o uso da hipnose no tratamento de transtornos mentais. Os conceitos da psicanálise foram desenvolvidos principalmente entre 1895 e 1900, mas suas pesquisas continuaram durante toda sua vida. Faleceu em 23 de setembro de 1939, em Londres.
Psicanálise
A psicanálise tem uma dupla natureza: por um lado é um método de pesquisa e por outro é uma prática terapêutica. Ambos os aspectos da psicanálise se afetam mutuamente.
Tanto a prática como a pesquisa se baseiam em um mesmo modelo teórico descritivo e explicativo sobre os fenômenos da vida anímica do ser humano. A psicanálise é uma forma da psicologia, mas não a única.
O inconsciente
É provável que a maior descoberta de Freud tenha sido a existência de conteúdos inconscientes na mente humana. O inconsciente é todo o conteúdo que não é acessível à consciência e que, no entanto, fazem parte do pensamento.
O inconsciente se organiza no sistema de pensamento, alheio à estrutura da palavra. Ou seja, no inconsciente, os conceitos não estão separados entre si, mas pensamentos próximos podem fundir-se e confundir-se.
Só temos acesso aos conteúdos do inconsciente quando os mesmos se tornam pré-conscientes, em forma de sonhos, a fantasia e a arte. O inconsciente afeta toda a nossa vida consciente, desde as nossas preferências musicais até a nossa escolha de parceiro.
A técnica psicanalítica consiste em tornar consciente o inconsciente para evitar o sofrimento psíquico das doenças mentais.
Repressão
A repressão é o processo pelo qual a mente converte um acontecimento (um fato, pessoa ou emoção) em um conteúdo inconsciente. Este é um mecanismo de defesa involuntário que fazemos ao encontrar algo que se torna intolerável.
No entanto, nenhum conteúdo pode ser reprimido de forma totalmente bem-sucedida, mas o que foi reprimido retorna, manifestando-se em forma de piadas, sonhos ou produções culturais, ou, nos piores casos, originando patologias psíquicas (como a histeria, a compulsão, a hipocondria, etc.). Quando aparecem as patologias psíquicas, a psicanálise sustenta que a forma mais efetiva de curá-las é tornar consciente os conteúdos reprimidos.
O Complexo de Édipo
O psicanalista descobriu que o menino quer seduzir a sua mãe, criando um conflito com o pai. O pai representa a lei, que impede a união com a mãe. Freud descobriu que o tabu (proibição) do incesto é comum a todas as culturas conhecidas. O Complexo de Édipo é a etapa pela qual a criança passa em que aceita a proibição paterna e deixa de buscar a mãe.
Este processo se aloja no inconsciente, deixando marcas que condicionam a escolha de futuros casais. O nome deste processo foi tomado por Freud do mito de Édipo, um príncipe grego adotado que, sem saber disso, mata o seu pai biológico e casa com a sua mãe biológica.
A interpretação dos sonhos
Freud descobriu que os sonhos transmitem conteúdos inconscientes, tornando-os pré-conscientes. Os sonhos podem representar de forma evidente um desejo, só quando a consciência pode aceitar a existência desse desejo. No entanto, se o desejo foi reprimido, ele aparece encoberto, ou seja, é necessária uma interpretação.
O princípio do prazer
A teoria psicanalítica sustenta que a psique busca sempre alcançar o prazer e evitar o displacer. Ou seja, a principal força motivadora para o funcionamento do inconsciente é o prazer. Por isso, os pensamentos que produzem dor excessiva são reprimidos. No entanto, a mente consciente não opera sob o princípio do prazer, mas sob o princípio da realidade, que é o seu oposto: a necessidade de se adaptar ao próprio ambiente. Por isso, aquilo reprimido volta a manifestar-se em forma de sintoma.
Estruturas da mente
Os diferentes funcionamentos da mente podem se agrupar em três estruturas:
- Ego. São os impulsos primitivos e o motor do nosso comportamento. Aqui está o princípio do prazer.
- Superego. Representa a lei, os limites, os princípios. Constrói-se graças à passagem pelo Complexo de Édipo.
- Id. Atua respondendo tanto ao Ego como ao Superego.
Livros
Algumas de suas obras mais importantes são:
- Estudo sobre Histeria, 1895.
- A Interpretação dos Sonhos, 1898.
- Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, 1905.
- Totem e Tabu, 1913.
- O inconsciente, 1915.
- Introdução à Psicanálise, 1917.
Frases
- “Fui um homem afortunado; na vida nada me foi fácil.”
- “Nós poderíamos ser muito melhores se não quiséssemos ser tão bons.”
- “Existem duas maneiras de ser feliz nesta vida, uma é fazer-se de idiota e a outra sê-lo.”
- “Ser inteiramente honesto consigo mesmo é um bom exercício.”
- “O pensamento é o ensaio da ação.”
- “Isto é absurdo!” (últimas palavras antes de morrer).
- Continue com: René Descartes
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