William Shakespeare

Vamos explicar quem foi William Shakespeare, a biografia e obras deste reconhecido autor. Além disso, suas características e como morreu.

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Shakespeare é um dos escritores mais importantes e reconhecidos da história.

Quem foi William Shakespeare?

William Shakespeare, conhecido como “O Bardo do Avon”, foi um dramaturgo, poeta e ator inglês da era isabelina considerado o maior expoente das letras inglesas e um dos escritores mais importantes e conhecidos da literatura universal.

As suas obras foram traduzidas para praticamente todas as línguas e são publicadas e reproduzidas hoje mais do que nunca.

A obra de Shakespeare consistiu principalmente em teatro e poesia, e é considerada entre as mais centrais do cânon literário ocidental, com poetas como Dante Alighieri, Miguel de Cervantes, Charles Dickens ou Leon Tolstói.

E embora ele fosse reconhecido e venerado em vida, seu maior sucesso e popularização viriam durante o século XIX, nas mãos dos poetas românticos, que reconheceram seu gênio e muitas vezes acudiram a suas obras para se inspirarem.

No entanto, vários movimentos artísticos do mundo voltaram a Shakespeare e reinterpretaram-no segundo as suas épocas. Seus personagens únicos e universais serviram de inspiração a artistas de toda natureza e inclusive a estudos psicanalíticos e antropológicos.

Biografia de Shakespeare

William Shakespeare
Shakespeare se casou aos 18 anos com Anne Hathaway.

William Shakespeare nasceu em Stratford-upon-Avon, cidade inglesa, por volta de 1564, no dia 26 de abril, data em que foi batizado.

Não se possui documentação verdadeira a respeito de seu nascimento, embora se saiba que foi o terceiro de oito filhos de John Shakespeare (cujo sobrenome, por não haver um consenso ortográfico, podia-se soletrar Shakespere, Shaksper ou Shakespeare) e Mary Arden, que descendia de uma família nobre.

Aos 18 anos casou Anne Hathaway, de 26 anos, e teve com ela três filhos: Susanna e os gêmeos Hamnet e Judith. O menino morreu aos 11 anos de idade.

Lord Chamberlain’s Men

Shakespeare foi coproprietário e diretor de uma conhecida companhia teatral denominada Lord Chamberlain’s men (“Os homens de Lord Chamberlain”), pois na época se costumava batizar os grupos artísticos com o nome de seu patrono.

Esta companhia teatral foi tão bem-sucedida que o próprio rei Jaime I a tomou sob sua proteção e a partir de então eles foram conhecidos como King’s men (“Os homens do Rei”).

Teatro The Globe

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Shakespeare apresentava suas obras em “The Globe”, um teatro de Londres.

A “base de operações” de Shakespeare, ou seja, o teatro onde costumava apresentar suas peças e que abrigava sua equipe de atores, era The Globe (“O Globo”), construído por Peter Street em 1599, às margens do rio Tâmisa. Suas funções eram somente no verão.

Ali, apresentou pela primeira vez suas peças mais famosas, embora tenha sido destruído em 1613 por um incêndio, posteriormente foi reconstruído e demolido em 1644, devido às pressões do puritanismo isabelino que via com maus olhos os espetáculos teatrais.

Em 1997, foi reconstruído à maneira de sua arquitetura inicial, a apenas 200 metros de onde estava originalmente localizado.

Morte de Shakespeare

William Shakespeare
Os restos de Shakespeare estão no cemitério presbiteriano da Santíssima Trindade.

Shakespeare morreu em 23 de abril de 1616, por problemas associados à embriaguez. Investigações posteriores preferem pensar que o poeta morreu de câncer.

Seus restos mortais foram depositados no cemitério presbiteriano da Santíssima Trindade em Stratford (Holy Trinity Church), onde sua família construiu um mausoléu em seu nome.

Discussão sobre Shakespeare

Há discrepâncias em relação a algumas das obras atribuídas a Shakespeare, uma vez que alguns pesquisadores assumem que certas obras eram realmente de Francis Bacon ou de Christopher Marlowe, ou ainda, de muitos outros.

As teses mais desconfiadas afirmam que Shakespeare não era senão um pseudônimo ou, no máximo, um “homem de palha” que assumia a autoria das peças, mas que estas eram de origem grupal, ou de algum outro dramaturgo que preferia não ter problemas com a corte.

Principais obras de Shakespeare

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Shakespeare escreveu grandes tragédias como Romeu e Julieta.

As grandes obras de Shakespeare são de índole dramatúrgica e se dividem em tragédias (dramas históricos e ficcionais) e comédias. A lista completa destas peças é a seguinte:

  • Tragédias. Compostas em torno de temas históricos ou da elaboração de relatos populares, geralmente. As principais são:
    • Tito Andrônico (1594)
    • Romeu e Julieta (1595)
    • Júlio César (1599)
    • Hamlet (1601)
    • Otelo (1603)
    • Rei Lear (1605)
    • Macbeth (1606)
  • Comédias. Sua faceta mais numerosa, que envolvia frequentemente motivos da tradição greco-latina ou temas farsescos. As principais são:
    • A Comédia dos Erros (1591)
    • Os Dois Cavalheiros de Verona (1591)
    • Sonho de uma Noite de Verão (1595)
    • Mercador de Veneza (1596)
    • Muito Barulho por Nada (1598)
    • Como Gostais (1599)
    • Cimbelino (1610)
    • A Tempestade (1612)
    • A Megera Domada (data desconhecida)

Características do teatro shakespeariano

O teatro de Shakespeare se caracteriza por um alto grau de interação linguística entre os personagens, tanto na tragédia como na comédia, que demonstra um nível de escrita soberbo.

Seus temas, como em grande parte do teatro da época, oscilam entre o amor, a salvação, as paixões humanas (os ciúmes, por exemplo, no caso de Otelo) e sobretudo a relação com o poder político e com a autoridade.

Para isso, era fundamental o uso do bobo da corte ou do louco, em cuja boca muitas vezes depositavam as opiniões e comentários politicamente incorretos que desejava expressar.

No caso de seus dramas históricos, consegue recriar personagens célebres da tradição histórica greco-latina e aprofundar em seus sentimentos e seus dilemas morais e afetivos, oferecendo uma releitura que supera os meros eventos ocorridos.

Poesia de Shakespeare

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Diz-se que esta faceta poética era a que Shakespeare mais valorizava.

A poesia de Shakespeare é composta de sonetos (maioritários) e alguns poemas extensos, mais narrativos e mitológicos. Diz-se que esta faceta poética era a que o autor mais valorizava, e ironicamente desejava passar à posteridade por ela e não pela teatral.

Seus sonetos são particularmente realizados, e alguns deles foram incluídos em peças como Trabalhos de Amor Perdidos. Muitas supostas histórias ocultas foram tecidas em torno de sonetos amorosos e suas misteriosas dedicatórias, mas nada foi comprovado.

Obra perdida de Shakespeare

É atribuído a Shakespeare obras escritas em coautoria com o também dramaturgo John Fletcher, como Cardenio, inspirada em uma passagem do Dom Quixote de Cervantes; ou como Os Dois Nobres Parentes de 1613.

Importância de Shakespeare

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As obras de Shakespeare inspiraram numerosas peças teatrais e narrativas.

Shakespeare é considerado o maior poeta da língua inglesa e o escritor fundador de sua tradição, assim como Cervantes na língua espanhola.

Seu imaginário e seus personagens não só são considerados eternos arquétipos da maneira ocidental de pensamento, mas também foram reelaborados e se tornaram inspiradores de numerosas peças teatrais posteriores, obras narrativas e poéticas, pinturas, óperas, filmes e muito mais, que ratifica a importância de Shakespeare como poeta central da tradição anglo-saxônica e um dos primordiais da Europa.

Como citar?

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Equipo editorial, Etecé. William Shakespeare. Enciclopédia Humanidades, 2024. Disponível em: https://humanidades.com/br/william-shakespeare/. Acesso em: 19 de outubro de 2024.

Sobre o autor

Traduzido por: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ)

Data da última edição: 1 de março de 2024
Data de publicação: 28 de fevereiro de 2024

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