Vamos explicar o que é psicologia, os ramos em que ela se divide e suas aplicações. Além disso, quais são suas características e escolas.
O que é a psicologia?
A psicologia é a ciência que visa a entender o ser humano, conhecer sua vida interior e sua interação com o mundo ao seu redor.
É uma ciência que estuda o comportamento, os processos mentais e a personalidade das pessoas. Está em constante transformação e se relaciona com outras ciências, como a medicina, a filosofia e a biologia.
A palavra psicologia tem sua origem no grego: psykhé significa alma e logia significa estudo, que se traduz como “o estudo da alma”. Atualmente, costuma-se usar a definição “estudo da mente”, embora haja diferentes pontos de vista sobre qual é o objeto de estudo desta disciplina.
A psicologia é a análise dos processos mentais nos níveis cognitivo, afetivo e comportamental. Estuda todos os aspectos da experiência humana, considerando fatores sociais, individuais e culturais. A psicologia está presente em todas as áreas da vida.
Há muitas teorias atuais e aceitas. Cada uma delas representa uma “escola” e tem seus próprios objetos de estudo e sua própria metodologia. As mais reconhecidas são: psicologia cognitiva, psicanálise, psicologia sistêmica, psicologia gestaltista, psicologia positiva, neuropsicologia.
- Veja também: Ética
Origens da psicologia
Na Antiguidade, a prática da psicologia estava ligada a reflexões filosóficas. Entre 400 e 300 a.C., pensadores como Platão e Aristóteles estavam interessados na natureza da alma e dos pensamentos. Postularam diferentes teorias sobre como é possível acessar o conhecimento.
Mais tarde, René Descartes (1596–1650) concluiu que o conhecimento verdadeiro se baseia na razão e que a única maneira de acessá-lo é pela introspecção (reflexão interior). Desta forma, ele fundou a corrente racionalista.
Dentro dessa corrente, John Locke (1632–1704) considerava que a mente humana era uma lousa em branco: as pessoas nascem como uma folha em branco na qual as experiências são impressas.
E finalmente, considera-se que a psicologia nasceu como ciência no final do século XIX, quando o fisiologista Wilhelm Wundt (1832–1920) fundou o primeiro laboratório de psicologia experimental em Leipzig, Alemanha. Seu objetivo era investigar os processos mentais por meio de introspecção e experimentação. Este fato marcou o início da psicologia como uma disciplina independente da filosofia.
Características da psicologia
As principais características da psicologia são as seguintes:
- É uma ciência. Utiliza o método científico, que é um conjunto de técnicas aceitas pela comunidade científica para observar, experimentar e analisar os resultados obtidos.
- Estuda os processos mentais, emocionais e comportamentais. Analisa o comportamento, os sentimentos e a percepção dos sujeitos, considerando fatores sociais, individuais e culturais.
- Tem diferentes abordagens. Existem diferentes objetos de estudo e metodologias dentro da psicologia, portanto, há muitos ramos. Os principais ramos são a psicologia básica e a psicologia aplicada.
- Utiliza o método hipotético-dedutivo. Busca regularidades no comportamento, por meio de observação e pesquisa. Logo, compara os resultados para chegar a conclusões gerais. Ou seja, das observações particulares obtém ideias gerais.
- É diferente da psiquiatria. Apesar de os termos psicologia e psiquiatria serem frequentemente usados como sinônimos, a psiquiatria está relacionada à ciência médica e estuda as funções neurológicas e fisiológicas que provocam transtornos e sintomas.
Ramos da psicologia
A psicologia é multidisciplinar, uma vez que está presente em todos os aspectos da vida humana. É possível distinguir dois ramos principais: psicologia básica e psicologia aplicada, que, por sua vez, apresentam-se em diversos ramos.
Psicologia básica
A psicologia básica pertence ao âmbito acadêmico. Seu objetivo é criar conhecimento. Dedica-se à investigação e à organização de informações sobre processos mentais, como aprendizado e memória.
Inclui: a psicologia geral, a psicologia social, a psicologia da aprendizagem e a psicologia evolucionista, entre outras.
Psicologia aplicada
A psicologia aplicada é a aplicação prática da pesquisa realizada pela psicologia básica. Seu objetivo é resolver situações na vida das pessoas, tanto como indivíduos quanto como parte de uma sociedade. Por exemplo, a terapia individual é uma aplicação das teorias da psicologia geral.
Inclui: a psicologia clínica, a psicologia comunitária, a psicologia do esporte, entre outras.
Principais escolas psicológicas
A psicologia como disciplina acadêmica (ou seja, como campo de estudo) é diversificada em diferentes escolas. Cada escola lida com um objeto de estudo diferente e tem seu próprio método. Há semelhanças entre várias escolas e também muitos pontos opostos. As principais escolas são:
- Estruturalismo. Estuda a estrutura da mente. Seu método fundamental é a introspecção (observação do mundo interior). Seu principal representante é W. Wundt, que posicionou a psicologia como uma ciência experimental.
- Gestalt. Estuda a consciência. Seus métodos são a introspecção e a observação. Seus principais representantes são Max Wertheimer (1880–1943) e Wolfgang Köhler (1887–1967). Estudaram a percepção e a cognição, com base na ideia de que a mente humana tende a agrupar as percepções para obter uma visão geral. Por exemplo, ao olhar para uma mancha de tinta, as pessoas tendem a ver formas conhecidas, como animais ou rostos.
- Psicanálise. Estuda o inconsciente, a parte da psique que fica fora da consciência. Seu principal método é o clínico, que utiliza diferentes técnicas, como entrevistas e observação, para descobrir o que leva uma pessoa a agir de determinada maneira. Seu principal representante é Sigmund Freud (1856–1939).
- Comportamentalismo. Estuda o comportamento observável. Seu principal método é o experimental, uma vez que a base desta teoria é que a única coisa cientificamente certa é o comportamento manifesto. Seus representantes são John Watson (1878–1958), Ivan Pavlov (1849–1936) e, posteriormente, Burrhus Skinner (1904–1991).
- Psicologia sistêmica. Estuda o vínculo, especialmente na família, como um sistema fundamental no qual o ser humano se desenvolve. A família é entendida como uma organização, um sistema, no qual seus membros estão conectados e se influenciam mutuamente. Seu principal método é a observação e seus principais representantes são Murray Bowen (1913–1990) e Nathan Ackerman (1908–1971), que desenvolveram a dinâmica da terapia familiar.
- Psicologia humanista. Estuda o espírito humano. Seu método é a psicoterapia, a conversa com um terapeuta. O objetivo dessa escola é que as pessoas alcancem seu potencial. Seus principais representantes são Abraham Maslow (1908–1970) e Carl Rogers (1902–1987).
- Psicologia cognitiva. Estuda as estruturas e os processos mentais. Seu método é experimental, com foco em como as pessoas processam as informações. Esta teoria leva em conta os estímulos e o comportamento observável, como o behaviorismo, mas se concentra no que a pessoa faz com os estímulos que recebe. Seu principal representante é Jean Piaget (1896–1980).
Como atua a psicologia?
A psicologia é composta de muitas áreas e cada uma delas tem uma abordagem específica, mas há objetivos comuns a todos os ramos:
- Descrever. Busca coletar informações sobre como a mente e o comportamento das pessoas funcionam. Isto se dá por meio de observação direta ou indireta, por meio de questionários, entrevistas ou pesquisas.
- Explicar. Após a descrição, procura-se explicar os dados obtidos, estabelecendo uma relação de causa e efeito. Ou seja, desenvolve explicações (hipóteses) que devem explicar por que determinado comportamento ocorre.
- Prever. Quando se comprova uma hipótese, ou seja, quando esta é analisada e aceita como verdadeira, ela pode prever situações futuras.
- Transformar. Ao conhecer as causas e as consequências de um evento, é possível alterar as condições que o causam para modificá-lo.
Por exemplo, um fenômeno a ser estudado poderia ser a falta de interesse de um grupo de alunos na escola. Uma abordagem psicológica pode:
- Detalhar o problema. Observam-se as dinâmicas da sala de aula, realizam-se entrevistas com professores e levantamentos com alunos.
- Apresentar uma hipótese. Chega-se à conclusão de que os alunos estão desmotivados porque não estão interessados nas matérias oferecidas e os métodos de ensino não são atraentes.
- Realizar um prognóstico. Conclui-se que o interesse diminuirá ainda mais e o problema se agravará.
- Estabelecer estratégias para mudar a situação. Propõe-se que os alunos sugiram tópicos que os interessem, que haja mais dinâmica de grupo, que eles usem a tecnologia para , etc.
Continue com:
Referências
- Colombo, M.E. (2016). La psicología y su pluralidad. Buenos Aires: EUDEBA.
- Cosacov, E. (2005). Introducción a la psicología. Córdoba: Brujas.
- Rossi, G. (2016). Una psicología para educadores. Santa Rosa: UNLP.
Esta informação foi útil para você?
Sim NãoGenial! Obrigado por nos visitar :)