Amor

Vamos explicar o que é o amor, os tipos de amor que existem entre as pessoas e quais são as suas principais características.

Amor
O amor é um vínculo de afeto positivo.

O que é amor?

O amor é um sentimento de afeto e devoção por alguém ou alguma coisa. Em um sentido amplo, é a afeição genuína entre as pessoas, o desejo de dar e receber, de estender a mão e cuidar dos outros. O amor vincula positivamente as pessoas umas às outras e ao seu redor.

O amor se manifesta por meio de diferentes características, conforme o caso. Por exemplo, podemos pensar no amor ao próximo, no amor aos filhos ou aos pais, no amor ao parceiro, no amor a Deus. Cada tipo de amor geralmente tem características especiais, mas alguns aspectos, como respeito e cuidado, são básicos e comuns a todas estas formas de amor.

O amor também é um valor humano, pois nos incentiva a agir com responsabilidade e cuidado, a tomar atitudes para o bem comum.

Ao longo da história, cada cultura construiu e definiu diferentes formas de amar. Por exemplo, até algum tempo atrás, prevalecia um ideal de amor incondicional, que pressupunha que os relacionamentos amorosos deveriam durar para sempre. Atualmente, os vínculos tendem a ser menos sólidos e mais intensos, porém efêmeros, transitórios. Há uma tendência ao individualismo, ou seja, as pessoas se concentram mais em seus próprios interesses e esperam que os outros se adaptem a elas.

Tipos de amor

amor - familia
O amor filial decorre dos laços familiares.

É possível classificar o conceito de amor de acordo com o seu objeto, ou seja, para quem ele é direcionado.

  • Amor fraternal. É a afeição por qualquer outro ser humano. Defende a irmandade e a igualdade. Gera vínculos horizontais, nos quais não há dependência e são baseados na ajuda mútua. Por exemplo, laços entre irmãs.
  • Amor filial. É o que acontece entre os membros da família, especialmente entre pais e filhos.
  • Amor romântico. Envolve o desejo sexual como parte do afeto por uma pessoa.
  • Amor místico. Manifesta-se como uma experiência em que a pessoa sente uma fusão com o divino.
  • Amor próprio. É a valorização de si mesmo. Envolve conhecer e aceitar a si mesmo.

O amor do ponto de vista científico

Em uma perspectiva científica, o amor é um processo neurológico por meio do qual certas áreas do cérebro são ativadas e produzem efeitos sobre as emoções. São mecanismos que atuam na paixão, mas também no desenvolvimento do afeto. Por exemplo, a oxitocina é um hormônio produzido pelo contato físico durante a amamentação e é essencial para que esse processo seja possível.

Sob esse ponto de vista, o amor é uma resposta fisiológica, relacionada às funções do corpo. O chamado sistema de “recompensa” é ativado no cérebro, o que permite a experiência de gratificação e prazer. Nesse processo, o sistema nervoso libera substâncias chamadas “neuroquímicas”, que fornecem energia e reforçam o comportamento prazeroso.

O amor na perspectiva da psicologia

A psicologia caracterizou o amor de diferentes maneiras.

Teoria triangular do amor

O psicólogo Robert Sternberg propôs a “Teoria Triangular do Amor” (1986), na qual descreveu diferentes formas de amor. Descreveu três componentes:

  • Intimidade (o compartilhamento de experiências)
  • Compromisso (dedicação)
  • Paixão (desejo)

Estes componentes se combinam entre si e geram um tipo específico de amor. Por exemplo, o amor romântico é composto por intimidade e paixão. Para este autor, quando todos os três elementos estão presentes, há um equilíbrio e o denomina “amor consumado”.

O amor segundo a psicanálise

Sigmund Freud publicou Três Ensaios sobre uma Teoria Sexual (1905). Postulou a existência de um impulso, o impulso sexual, que está presente desde o nascimento. Freud chamou de “libido” (desejo) uma energia que se origina neste impulso.

O amor, portanto, é uma transformação desta energia, que tem dois destinos possíveis: ser direcionado a uma pessoa ou voltar-se para si mesmo. Na realidade, é de se esperar que os dois destinos se complementem: a pessoa ama a si mesma e é capaz de amar os outros.

O amor como arte

O psicanalista Erich Fromm postulou outra visão em sua obra A Arte de Amar (1959). O autor conclui que o amor é um processo afetivo que nos permite conhecer o outro e a nós mesmos.

Descreve quatro elementos constitutivos básicos do amor:

  • Cuidado. É cuidar para que o outro tenha o que é necessário para sobreviver e crescer.
  • Responsabilidade. É estar disposto a responder pelos outros, sentir-se responsável.
  • Respeito. É olhar para alguém do jeito que é. Permitir que os outros se desenvolvam de forma independente.
  • Conhecimento. É dispor de tempo e dedicação para descobrir como a outra pessoa é e do que precisa.

Por exemplo, no caso de viver com um cão como animal de estimação, estes quatro elementos estão presentes quando seu cuidador: fornece comida e atende às suas necessidades básicas (cuidado); leva-o para passear com elementos de proteção, como uma coleira (responsabilidade); permite que ele lata e desempenhe comportamentos típicos de sua espécie (respeito); dedica tempo para brincar com ele (conhecimento).

De forma mais abrangente, o amor é uma ferramenta para a transformação social, pois implica uma atitude de respeito e cuidado com os outros.

O que não é amor?

Existem expressões comuns do que é considerado amor, que são divulgadas por meio de filmes, músicas ou redes sociais. Muitas vezes, estas ideias se referem ao amor como uma experiência de sofrimento e sacrifício. Por exemplo, há referências ao ciúme como uma expressão de amor. Este tipo de conduta está relacionado à dependência emocional e à autoestima, quando a felicidade parece depender da presença do outro e não responde ao conceito de amor.

O amor implica um conjunto de emoções e sensações, em que primam o compromisso, a aceitação, o respeito e a confiança. Assim, atitudes como controle, possessividade ou agressividade não são amor.

Referências

  • Freud, S. (1981). Tres ensayos para una teoría sexual (L. López -Ballesteros, trad). En Obras Completas (Tomo II). Madrid, España: Biblioteca Nueva.
  • Fromm, E. (1977). El arte de amar, una investigación sobre la naturaleza del amor. Bs. As.: Paidós.
  • Liquid Love: The Fragility of Relationships (2022). Exploring your mind. Recuperado el 26 de marzo del 2024, de https://exploringyourmind.com/
  • Real Academia Española: Diccionario de la lengua española. 23ª ed. (versión 23.7 versión electrónica) https://dle.rae.es/

Como citar?

As citações ou referências aos nossos artigos podem ser usadas de forma livre para pesquisas. Para citarnos, sugerimos utilizar as normas da ABNT NBR 14724:

GÓMEZ, María Inés. Amor. Enciclopédia Humanidades, 2024. Disponível em: https://humanidades.com/br/amor/. Acesso em: 10 junho, 2024.

Sobre o autor

Autor: María Inés Gómez

Psicopedagoga (IES Alicia Moreau de Justo). Arteterapeuta (SEUBE-UBA e UCAECE).

Traduzido por: Márcia Killmann

Licenciatura em letras (UNISINOS), Doutorado em Letras (Universidad Nacional del Sur)

Data da última edição: 10 junho, 2024
Data de publicação: 27 maio, 2024

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