Vamos explicar o que foi o Império Chinês, como ele se originou e suas diferentes etapas. Além disso, suas características gerais, religião e muito mais.
O que foi o Império Chinês?
O Império Chinês foi um estado que existiu entre 221 a.C. e 1912 d.C. na Ásia Oriental. Ao longo de sua história, o império esteve sob o governo de diferentes dinastias, embora sua unidade tenha sido interrompida em várias ocasiões por guerras civis, invasões de povos estrangeiros ou pela divisão territorial em vários reinos.
A dinastia Qin foi a primeira a unificar o território chinês sob seu governo, e a última a fazê-lo foi a dinastia Qing.
Perguntas frequentes
Quando o Império Chinês existiu?
O Império Chinês existiu por mais de dois mil anos: foi fundado com a dinastia Qin em 221 a.C. e terminou com a queda da dinastia Qing em 1912 d.C. Ele é um dos primeiros homens do Império Chinês.
Como era o poder no Império Chinês?
O Império Chinês era uma monarquia governada por um imperador que tinha autoridade ilimitada sobre o Estado e seus cidadãos. O governador era assistido por uma burocracia composta de funcionários profissionais que chegavam ao seu cargo através do mérito e da educação.
Quais contribuições e invenções foram criadas no Império Chinês?
Entre as principais invenções criadas no Império chinês estão a bússola, o papel, a pólvora, a seda, a porcelana e a impressão.
Quem foram os imperadores mais importantes do Império Chinês?
Entre os imperadores mais destacados da história chinesa estão Qin Shihuang (259–210 a.C.), Han Wu Di (156–87 a.C.), Tang Taizong (599–649 d.C.), Song Renzong (1010–1063 d.C.) e Qing Kangxi (1654–1722 d.C.).
- Veja também: Império Bizantino
Localização do Império Chinês
O Império Chinês estava localizado na Ásia Oriental, nas planícies cercadas pelo rio Amarelo e pelo rio Azul. Este é um território fértil que se encontra entre os planaltos da Ásia Central ao norte, os rios Azul e Amarelo ao sul, a cadeia montanhosa do Tibete, Pamir e Himalaia a oeste e o oceano Pacífico a leste.
Ao longo de sua história, o território controlado pelo governo imperial foi mudando. Em seu momento de maior expansão, o império chegou a ocupar os territórios da atual República Popular da China e da Mongólia.
Origem do Império Chinês
Cercada por montanhas, desertos e mares, a cultura chinesa permaneceu isolada das outras civilizações do mundo antigo. Os primeiros assentamentos permanentes no território chinês surgiram por volta de 3000 a.C. nas margens dos rios Amarelo e Azul. Acredita-se que no século XVIII a.C. a dinastia dos reis Chang governou parte da região. Então, no século XI a.C. a dinastia Zhou a sucedeu.
No século V a.C. começou um período conhecido como os “Estados Combatentes”, durante o qual se enfrentaram sete reinos pelo controle do território. Em 221 a.C. Shi Huang-ti, o monarca do Reino de Qin, conseguiu se impor sobre os outros reinos e fundou o império chinês.
Império Arcaico (221 a.C.–589 d.C.)
A primeira fase do Império Chinês começou com a dinastia Qin. Para controlar os nobres guerreiros e mantê-los sob sua influência central, o imperador adotou o legalismo como doutrina essencial do império, uma escola filosófica que postulava que o Estado deveria se engrandecer para o bem-estar do povo. O soberano deveria ser obedecido incondicionalmente e tinha direito de usar a força para se impor em caso de desobediência.
Por sua vez, a população foi submetida a uma disciplina rigorosa e a expansão de ideias contrárias foi proibida. O imperador estabeleceu a queima de livros confucionistas (outra filosofia chinesa, baseada nas ideias de Confúcio) e perseguiu os intelectuais opositores.
Por outro lado, Shi Huang-ti criou um sistema de administração estatal profissional. Para isso, fundou uma escola de administração civil onde formava autoridades com o objetivo específico de cumprir tarefas de administração estatal. Também dividiu o império em 36 regiões administrativas e estabeleceu uma organização civil e militar.
Com o objetivo de consolidar a união imperial, iniciou a construção de uma rede de estradas e canais, e unificou a moeda, a escritura e o sistema de pesos e medidas em todo o território. Além disso, estabeleceu o serviço militar obrigatório para os homens.
Também, durante a dinastia Qin, começaram as obras da Grande Muralha, através da unificação das diferentes fortificações preexistentes.
Por volta do ano 206 a.C. os Qin foram derrotados e substituídos pela dinastia Han, que governou por quatro séculos e introduziu o confucionismo no Estado. O confucionismo postulava a importância das normas morais para o rei e seus conselheiros, e a disciplina moral dos súditos através da educação e do trabalho.
Este período culminou no ano 220 d. C., quando o império se dividiu em três reinos distintos: Wei, Shu e Wu. Foi o primeiro passo para a Era das Seis Dinastias, um longo período de divisão e guerras civis que viu seu fim por volta do ano 589 d.C., quando a dinastia Sui derrotou todos os seus rivais.
Império Médio (589–1279 d. C.)
No ano 589, a dinastia Sui conseguiu a reunificação do Império Chinês. Realizou uma série de reformas institucionais com o objetivo de consolidar o poder imperial. Além disso, iniciou grandes obras públicas, como o Grande Canal e a extensão da Grande Muralha.
No ano 618, a dinastia Tang assumiu o governo com o imperador Li Yuan. Seu governo é considerado como uma época de grandeza estatal e esplendor cultural, em que a poesia e a pintura se desenvolveram muito.
Entre o ano 907 e 960 d.C., o império foi dividido durante o período conhecido como “As cinco dinastias e os dez reinos”, até que a dinastia Song conseguiu reunificar parte do território. Nesta etapa, a população chinesa cresceu enormemente e surgiram uma série de invenções que promoveram atividades culturais, como um sistema de impressão com tinta e novas técnicas de trabalho da porcelana. Esta é uma época marcada pela difusão da literatura, dos espetáculos e da filosofia neo-confucionista.
Em 1279, a China foi conquistada pelo Império Mongol, através das mãos dos sucessores de Genghis Khan. Este povo controlou a nação inteira, reunificou seu governo, chamou a região de “Manzi” e a deixou nas mãos de uma dinastia criada por eles, os Yuan.
Império Tardio (1368–1912 d. C.)
O Império Tardio começou com a queda do Império Mongol e o retorno das dinastias chinesas, que foram as Ming e a Qing. Este período culminou com a derrota do império das mãos de potências estrangeiras como o Império Britânico (nas Guerras do Ópio) e uma situação de mal-estar e instabilidade que a Revolução de Xinhai forçou os Qing a uma série de reformas institucionais.
No entanto, a desastrosa guerra sino-japonesa que culminou em 1895, arrebatando o controle da península da Coreia e da ilha de Taiwan à China, causou bastante desconforto na população para ousar reformas mais substanciais. Sun Yat-sen liderou as forças republicanas até desencadear a Revolução de Xinhai (ou Revolução de 1911), em que houve uma revolta militar que formalmente acabou com o Império Chinês.
Religião e crenças no Império Chinês
Na história do Império Chinês, diferentes sistemas de crenças e formas de conceber a vida se desenvolveram. Todas elas conviveram na sociedade chinesa ao longo dos anos e influenciaram todos os setores da sociedade. Entre as mais importantes, estão:
- Confucionismo. Foi uma filosofia fundada por Confúcio no século V a.C. que ensinava sobre a importância da educação moral para alcançar harmonia pessoal e harmonia social. Promovia a honra, a benevolência, a lealdade e o respeito à tradição e aos anciãos.
- Legalismo. Foi uma ideologia política que teve grande influência na China desde o século IV a.C. Os filósofos Shang Yang e Han Feizi defendiam a necessidade de estabelecer uma ordem através da disciplina e da obediência. Esta ideologia defendia o uso da força e a imposição de leis rígidas para o bem-estar geral.
- Taoísmo. Foi um sistema de crenças desenvolvido por Lao Tsé no século VI a.C. (não há certeza sobre seus anos de vida). Esta filosofia é baseada na noção do Tao, que é entendido como o “caminho” subjacente ao universo e guia todas as coisas. Promove uma vida em harmonia com a ordem natural, a espontaneidade e a simplicidade para alcançar a paz interior e exterior.
- Budismo. Esta religião foi introduzida na China por volta do século I a.C. e é baseada nos ensinamentos de Buda, um mestre da Índia. Através da introspecção e da meditação, busca-se a superação do sofrimento e a iluminação espiritual.
Cultura do Império Chinês
Ao longo de sua história, o Império Chinês desenvolveu uma grande tradição cultural, muito heterogênea e marcada pelas diferentes transformações da sociedade chinesa. O confucionismo, o taoísmo e o legalismo influenciaram as práticas culturais dos diferentes momentos da história chinesa.
No entanto, há certos elementos comuns que caracterizaram a arte chinesa e a diferenciaram das outras culturas:
- Busca da harmonia. As composições artísticas buscavam uma representação visual equilibrada e harmônica. Na estética, optou-se pela serenidade e pela calma.
- Ênfase no simbolismo. As expressões artísticas estavam vinculadas à transmissão de valores, crenças e ideias. Através do uso de diferentes materiais, cores, texturas e objetos, os chineses buscavam simbolizar significados mais profundos. Entre os símbolos mais comuns da arte chinesa estão o dragão, a fênix, a flor de lótus, a água e outros elementos da natureza.
- Admiração pela natureza. O respeito pela ordem natural e pela vida de todos os seres é um motivo característico de toda a arte chinesa. Este traço deriva da influência do taoísmo, que promovia a vida em harmonia com o fluxo natural do universo.
- Preferência pela simplicidade. A escolha de estéticas simples, com traços claros e formais, marcou a arte de diferentes períodos da história chinesa. Embora pudessem existir motivos intrincados e detalhados, eram feitos em composição com simplicidade e com o refinamento.
Por outro lado, a cultura chinesa desenvolveu um estilo arquitetônico baseado na simetria bilateral, o uso de pontas curvilíneas nas beiradas, o cercamento dos espaços, a ênfase nas linhas horizontais e a incorporação de noções filosóficas sobre o espaço (feng shui).
A República da China
A República da China foi a forma de governo que sucedeu o império a partir de 1912. Durou até 1949, quando culminou a guerra civil chinesa com a vitória de Mao Tsé-Tung e das forças revolucionárias comunistas.
A partir de então, o país passou a se chamar República Popular da China e as forças da antiga república tiveram que se exilar na ilha de Taiwan, onde ainda governam.
Império Chinês (1915–1916)
O Império Chinês de 1915 a 1916 foi a tentativa fracassada do militar Yuan Shikai de voltar a fazer da República da China a sua tradição imperial, em um governo de corte ditatorial e depois monárquico constitucional, que teve numerosos opositores. O fim deste império fugaz mergulhou a China na era dos Senhores da Guerra (1916–1928).
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Referências
- Ackermann, M. E. (2008). Chronology; Tang dynasty; Neo confucianism; Song dynasty. En Encyclopedia of World History, vol II:The Expanding World: 600 to 140. Facts on File.
- Ceinos, P. (2006). Historia breve de China. Editora Objetiva.
- Galliano, A., Katz, M. y otros. (2015). El lejano Oriente: la China. Ciencias Sociales. Historia y espacios geográficos desde el origen del hombre hasta la Edad Media. Edelvives.
- Lewis, J. W., Young, E. P., Zürcher, E. y otros. (2023). China. Encyclopedia Britannica. https://www.britannica.com/
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