Frida Kahlo

Vamos explicar quem foi Frida Kahlo, como foi sua infância e o desenvolvimento de suas obras. Além disso, qual foi seu estilo e como foi seu falecimento.

Frida Kahlo
A doença e um grave acidente marcaram a vida e a obra de Frida Kahlo.

Quem foi Frida Kahlo?

Frida Kahlo, cujo nome de nascimento era Magdalena Carmen Frida Kahlo e Calderón, foi uma pintora mexicana nascida em Coyoacán em 6 de julho de 1907 e que faleceu em 13 de julho de 1954.

Na sua infância, Frida sofreu de poliomielite e, quando tinha 18 anos, um grave acidente de ônibus quase acabou com a sua vida. Em consequência deste fato, foi submetida a 32 cirurgias ao longo de sua vida. As dificuldades pelas quais passou estão plasmadas em sua obra.

Foi esposa do conhecido pintor mexicano Diego Rivera, que a introduziu no círculo dos artistas mais importantes da época, e contou com o reconhecimento de personalidades destacadas da arte como Marcel Duchamp, André Breton, Vasili Kandinski e Pablo Picasso.

Suas obras também expressam seu compromisso político e social. Seu maior reconhecimento chegou depois de sua morte, especialmente a partir da década de 1970, e atualmente é considerada uma das artistas mais importantes da América Latina.

O nascimento e a infância de Frida Kahlo

Frida Kahlo nasceu no dia 6 de julho de 1907 em Coyoacán, México. Seu pai, o fotógrafo Guillermo Kahlo, era alemão de origem judaico-húngara, e sua mãe, Matilde Calderón, era mexicana descendente de espanhóis e indígenas e nascida na Cidade do México.

Quando Frida era menina, aprendeu de seu pai a revelar, retocar e colorir fotografias, o que influenciou sua posterior vocação pela pintura.

Aos seis anos de idade, adoeceu de poliomielite. Seu pai cuidou dela durante os seis meses de convalescença. Como resultado da doença, uma claudicação a afligiu ao longo de sua vida.

O acidente e a pintura de Frida Kahlo

Em 1922, Frida ingressou na Escola Nacional Preparatória da Cidade do México. Sua intenção era estudar medicina. No entanto, em 17 de setembro de 1925, o ônibus em que viajava colidiu com um bonde e Frida ficou gravemente ferida.

Embora tenha sobrevivido, sofreu múltiplas lesões que marcaram a sua vida. A coluna vertebral sofreu fraturas e, ao longo dos anos, foi submetida a mais de 30 cirurgias e teve de usar espartilhos de gesso. Nos primeiros meses de convalescença, enquanto não podia se mover da cama, abandonou a ideia de estudar medicina e começou a pintar. Em 1926, pintou o seu primeiro autorretrato.

Frida Kahlo e o Partido Comunista

Dois anos depois do acidente, Frida melhorou o suficiente para voltar a frequentar suas amizades e vincular-se com personalidades do âmbito da arte, do pensamento e da política. Identificou-se com um movimento cultural que propunha recuperar aspectos da tradição popular mexicana, o que incluía a influência indígena.

Em 1928, seu amigo Germán del Campo a apresentou ao dirigente comunista cubano Julio Antonio Mella, que vivia exilado no México junto a sua parceira, a fotógrafa italiana Tina Modotti. Frida começou a assistir às reuniões do Partido Comunista Mexicano e iniciou uma relação sentimental com Diego Rivera, que pertencia ao partido desde 1922.

Depois de uma estadia nos Estados Unidos entre 1930 e 1933 junto a Rivera, com quem havia se casado em 1929, voltou à Cidade do México. Entre 1937 e 1939 deu refúgio ao exilado comunista russo León Trotsky, perseguido pelo governo estalinista, que acabou assassinado em 1940.

Frida manteve sua adesão ao comunismo pelo resto de sua vida. Quando morreu, seu caixão foi coberto com a bandeira do Partido Comunista Mexicano.

O casamento de Frida Kahlo e Diego Rivera

Frida Kahlo y Diego Rivera
Frida e Diego se casaram em 1929, quando ela tinha 22 anos e ele 42.

Frida conheceu pela primeira vez o muralista Diego Rivera em 1922, quando este pintou um mural na Escola Nacional Preparatória à qual ela assistia. No entanto, sua relação amorosa começou quando em 1928 foram apresentados pelos militantes comunistas Julio Antonio Mella e Tina Modotti.

Frida mostrou suas obras a Rivera e este a encorajou a continuar pintando. Casaram-se em 1929, quando ela tinha 22 anos e ele 42. O matrimônio foi instável, entre outras coisas, pelas relações extramatrimoniais de ambos e, especialmente, pela relação que manteve Rivera com a irmã menor de Frida. Isso levou ao divórcio em 1939. No entanto, no final de 1940 eles voltaram a se casar.

A relação de Frida com Rivera influenciou seu estilo artístico, mas também em sua forma de vestir. Ela usava roupas coloridas características das mulheres nativas de algumas regiões do México, especialmente os trajes de tehuana, que agradavam ao marido. Estes incluíam colares e pentes ou chapéus de flores na cabeça, e se tornaram uma marca distintiva de Frida Kahlo.

As tentativas de maternidade e a sua morte

Frida Kahlo en la casa azul
Frida morreu de embolia pulmonar aos 47 anos.

Em três ocasiões, a Frida engravidou do marido, mas devido aos seus problemas de saúde, perdeu todas as gravidezes. Em algumas de suas obras expressou seu desejo frustrado de ser mãe e a dor pelas perdas frustradas.

Ao longo da sua vida, Frida continuou a sofrer de doenças e tratamentos médicos. O seu estado de saúde deteriorou-se em 1950 até que, infelizmente, faleceu em 13 de julho de 1954 aos 47 anos, em sequência de uma embolia pulmonar. Algumas versões sugeriram que poderia ter sido um suicídio, mas nunca foram apresentadas provas para apoiar esta teoria.

Sua vontade era não de ser enterrada (dizia que havia estado muitos anos em cama), por isso seu corpo foi cremado e suas cinzas se depositaram em um vaso pré-colombiano que permanece na Casa Azul de Coyoacán, onde viveu a maior parte da sua vida e que hoje abriga o Museu Frida Kahlo.

A Casa Azul

Frida Kahlo
A Casa Azul abriga atualmente o Museu Frida Kahlo.

Na famosa Casa Azul de Coyoacán (Cidade do México), na esquina das ruas Londres e Allende, Frida Kahlo nasceu, cresceu e realizou parte de sua grande obra artística.

Nesta casa também viveu Diego Rivera quando estiveram casados e foi visitada por diversos artistas e intelectuais. Por sua vez, foram hospedados nela militantes comunistas refugiados, entre eles León Trotsky junto à sua esposa.

Após a morte de Frida, a Casa Azul e seus jardins passaram a abrigar o Museu Frida Kahlo, inaugurado em 12 de julho de 1958. Nele se expõem atualmente pinturas e objetos pessoais de Frida Kahlo e Diego Rivera, bem como documentos, livros, móveis, vestidos e esculturas pré-colombianas que fizeram parte do ambiente no qual Frida criou suas obras.

A obra de Frida Kahlo

O estilo de sua obra

Frida pintando desde la cama
Frida passou vários meses prostrada em uma cama e foi então que começou a pintar.

A arte de Frida Kahlo consistia principalmente em pinturas que expressavam os sofrimentos e tormentos pelos quais passou durante toda sua vida. Realizou muitos autorretratos nos quais manifestava com pureza suas experiências pessoais e também se afastava dos estereótipos artísticos sobre o feminino, o que influiu em que sua imagem fosse recuperada por movimentos feministas depois de sua morte.

Em suas quase 200 obras, além de autoretratos, pintou naturezas mortas e temáticas sociais e políticas. Nelas costumava expressar o folclore mexicano pois, como muitos artistas e intelectuais dos anos posteriores à Revolução Mexicana, interessava-se por resgatar aspectos da arte popular do México.

Também incorporou em sua arte simbologia e imagens provenientes da história recente do comunismo, que tinha tido impacto internacional após a Revolução Bolchevique de 1917 e cuja ideologia foi adotada por ela.

O estilo de Frida Kahlo não foi fácil de definir. Em certa ocasião, foi dito que sua obra era surreal, mas ela respondeu que não poderia ser porque tratava de sua própria vida real. Também foi associada ao Primitivismo e ao Expressionismo.

Entre suas obras mais reconhecidas estão Autorretrato com traje de veludo (1926), Hospital Henry Ford (1932), A moldura (1938), As Duas Fridas (1939), A Coluna Partida (1944), Moisés (1945), O Veado Ferido (1946) e Diego e Eu (1949).

Sua eleição de cores

Em suas obras, Frida usava cores vibrantes e brilhantes que caracterizaram seu estilo. Segundo a artista, as cores que utilizava tinham significados como os seguintes:

  • A luz quente e boa.
  • O sangue (a cor vermelha em suas pinturas e em alguns de seus quadros talvez simbolizava o sangue derramado ao longo de sua própria vida: no acidente, as operações cirúrgicas e os abortos).
  • A loucura, o medo, a doença, o mistério.
  • O amor, a pureza, a eletricidade, a distância e a ternura.

A exposição de suas obras

Frida Kahlo
Em sua única exposição individual no México, Frida estava muito doente.

A primeira exposição individual de Frida Kahlo teve lugar em novembro de 1938 na galeria Julien Levy, em Nova York. Sua obra havia sido promovida pelo escritor surrealista André Breton, que tinha viajado ao México e se mostrado impressionado por sua obra. Em 1939 expôs em Paris, e o Museu do Louvre adquiriu sua obra A Moldura (The Frame). Em anos posteriores exibiu em outras cidades, especialmente nos Estados Unidos.

Frida realizou uma única exposição individual em seu país natal. Chegado o dia da inauguração, em 13 de abril de 1953, sua saúde estava muito comprometida pelo que seu médico lhe proibiu de levantar-se da cama. No entanto, Frida decidiu se deslocar de ambulância até a galeria e participou do evento deitada em uma cama de hospital.

Após sua morte, e especialmente a partir da década de 1970, sua obra adquiriu um grande reconhecimento e suas pinturas foram exibidas em diversas galerias e museus do mundo.

Referências

Como citar?

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Gayubas, Augusto. Frida Kahlo. Enciclopédia Humanidades, 2023. Disponível em: https://humanidades.com/br/frida-kahlo/. Acesso em: 5 de novembro de 2024.

Sobre o autor

Autor: Augusto Gayubas

Doutor em História (Universidad de Buenos Aires)

Traduzido por: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ)

Data da última edição: 31 de dezembro de 2023
Data de publicação: 16 de março de 2023

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