Campos nazistas

Vamos explicar o que foram os campos de concentração e de extermínio nazistas. Além disso, sua história, seus métodos e suas vítimas.

Auschwitz foi o maior complexo de campos de concentração e extermínio do Terceiro Reich.

O que foram os campos nazistas?

Os campos nazistas foram instalações para a detenção, o trabalho forçado ou o extermínio de pessoas. Foram localizados em áreas sob o controle do governo alemão, como a própria Alemanha, Polônia ou Áustria.

Os primeiros campos de concentração do nazismo foram criados em 1933, pouco depois da ascensão de Adolf Hitler ao poder, e seu objetivo inicial foi confinar opositores políticos (principalmente comunistas). Logo, ciganos, testemunhas de Jeová e homossexuais também foram incluídos. A partir de 1938, após a anexação alemã da Áustria e a violência anti-semita da noite dos cristais quebrados, os campos de concentração começaram a receber cada vez mais judeus europeus.

Depois do início da Segunda Guerra Mundial (1939–1945) e do ataque alemão à União Soviética (1941), os nazistas aumentaram os campos de concentração e instalaram campos de extermínio (ou “campos da morte”), destinados especificamente ao assassinato em massa de pessoas.

As vítimas eram principalmente judeus, mas também eslavos (como russos ou poloneses) e ciganos. O primeiro destes campos foi o de Chelmno, criado em dezembro de 1941 na zona da Polônia anexada pela Alemanha. Outros campos de extermínio foram os de Auschwitz-Birkenau (também chamado Auschwitz II), Treblinka II, Belzec, Sobibor e Majdanek.

Os campos de extermínio fizeram parte da aplicação da “solução final do problema judeu”, como as autoridades nazistas chamaram o plano de aniquilação da população judaica europeia e que provocou o que hoje é conhecido como Holocausto ou Shoá. Muitos prisioneiros morreram também nas “marchas da morte”, ou seja, as transferências de reclusos dos campos que tiveram lugar quando se aproximava a derrota alemã na guerra entre final de 1944 e princípios de 1945.

Calcula-se que cerca de três milhões de pessoas morreram nos campos de extermínio. A totalidade das vítimas civis do regime nazista estima-se em onze milhões de pessoas, das quais seis milhões seriam judeus europeus. Atualmente, nos restos destes campos são construídos monumentos ou funcionam museus.

Segunda Guerra Mundial infográfico

Perguntas frequentes

O que foram os campos de concentração nazistas?

Os campos de concentração foram criados pelos nazistas desde sua ascensão ao poder na Alemanha em 1933. O objetivo inicial destes campos era confinar os opositores políticos do nazismo, mas depois outros grupos sociais foram incluídos. Funcionaram como centros de detenção e trabalho forçado.

Quais foram os principais campos de concentração nazistas?

O primeiro campo de concentração oficial foi o de Dachau, construído na Alemanha em março de 1933. Outros campos de concentração importantes foram os de Buchenwald, Sachsenhausen, Neuengamme, Ravensbrück e Bergen-Belsen, na Alemanha, Mauthausen, na Áustria, e Auschwitz I e Treblinka I, na Polônia.

O que foram os campos de extermínio nazistas?

Os campos de extermínio foram instalações criadas pelos nazistas para o aniquilamento massivo de pessoas (principalmente de origem judaica) sob a estratégia conhecida como “solução final”.

Quais foram os campos de extermínio nazistas?

Os campos de extermínio na Polônia ocupada foram: Chelmno, Auschwitz-Birkenau, Sobibor, Belzec, Treblinka II e Majdanek. Também funcionou como centro de extermínio o campo de concentração de Maly Trostenets, na Bielorrússia.

O que aconteceu em Auschwitz?

Auschwitz foi um complexo de campos de concentração, trabalhos forçados e extermínio instalado na Polônia ocupada pelos nazistas. Começou a funcionar em 1940 como um campo de concentração (Auschwitz I) e em 1942 incluiu um campo de extermínio (Auschwitz-Birkenau ou Auschwitz II) com quatro câmaras de gás e crematórios. Em Auschwitz-Birkenau foi testado pela primeira vez o gás Zyklon B para o assassinato em massa de prisioneiros. Estima-se que em Auschwitz morreram um milhão e cem mil pessoas, a grande maioria de origem judaica. Este campo foi libertado pelo Exército Vermelho em janeiro de 1945.

Quantas pessoas morreram nos campos de extermínio nazistas?

Estima-se que cerca de três milhões de pessoas morreram nos campos de extermínio construídos pelos nazistas. Estas mortes somaram-se às que tiveram lugar nos campos de concentração e a outras vítimas civis, o que dá uma cifra de cerca de onze milhões de pessoas assassinadas, entre elas seis milhões de judeus.

O campo de concentração de Dachau

Entre 1933 e 1945 foram internados em Dachau mais de 200 mil prisioneiros.

Criado em março de 1933 nas proximidades de Munique (Alemanha), o campo de Dachau foi o primeiro campo de concentração oficial criado pelos nazistas. Heinrich Himmler, na sua função de chefe da polícia de Munique, descreveu-o como “o primeiro campo de concentração para prisioneiros políticos”.

O campo de Dachau foi usado inicialmente para prender militantes alemães de esquerda e logo concentrou também ciganos, testemunhas de Jeová, homossexuais e judeus. O número de judeus aumentou de forma notável após a Noite dos Vidros Quebrados em novembro de 1938, quando mais de 10 mil judeus europeus foram levados ao campo.

Foi utilizado como campo de trabalho forçado e como centro de experiências médicas com os prisioneiros (por exemplo, sobre a malária, a tuberculose e a hipotermia).

Calcula-se que entre 1933 e 1945 foram internados em Dachau mais de 200 mil prisioneiros. Sabe-se que pelo menos 32 mil morreram, embora possivelmente nunca se conheça o número exato de vítimas.

Em 29 de abril de 1945, as tropas americanas libertaram o campo. As imagens de Dachau foram uma das primeiras a circular nos meios de comunicação social do mundo e demonstraram a magnitude dos crimes cometidos pelo regime nazista.

O campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau

Os nazis construíram milhares de campos de concentração e seis campos de extermínio.

Os campos de extermínio nazistas foram criados com o objetivo de perpetrar assassinatos em massa. Ao contrário dos campos de concentração, concebidos como centros de detenção e de trabalho forçado, os campos de extermínio eram verdadeiras “fábricas de morte”.

Estima-se que quase três milhões de judeus morreram nestes campos de extermínio, seja por gás ou fuzilamento. Outras vítimas foram os ciganos, eslavos (principalmente russos e poloneses) e dissidentes políticos.

O campo de Auschwitz-Birkenau (também conhecido como Auschwitz II, pois fazia parte de um complexo que incluía um campo de concentração conhecido como Auschwitz I), localizado no sul da Polônia, foi o maior e teve um papel fundamental no plano nazista de extermínio dos judeus europeus (chamado pelos nazistas “a solução final”).

Auschwitz-Birkenau contava com quatro câmaras de gás neste lugar as SS (Schutzstaffel, as forças paramilitares e penitenciárias nazis) experimentaram pela primeira vez o gás Zyklon B como meio para o assassinato em massa. Também foram usados os prisioneiros para a realização de experimentos médicos, em cuja direção se destacou o oficial e criminoso de guerra Josef Mengele, que após a derrota alemã conseguiu escapar para a América do Sul.

Estima-se que um milhão e cem mil pessoas foram assassinadas em Auschwitz. A maior parte foram judeus da Hungria, Polônia e de outros países europeus. Outras vítimas foram mais de 70 mil poloneses não judeus, mais de 20 mil ciganos e cerca de 15 mil prisioneiros de guerra soviéticos.

Em 27 de janeiro de 1945, o exército soviético libertou Auschwitz. Apenas encontrou pouco mais de 7000 prisioneiros, a maior parte agonizantes ou doentes.

O campo de extermínio de Treblinka II

O campo de extermínio de Treblinka II, na Polônia, foi criado em julho de 1942 perto do campo de trabalhos forçados conhecido como Treblinka I. Os judeus deportados para Treblinka II eram recebidos em uma zona de acolhida onde se lhes indicava que estavam em um campo de trânsito. Eles eram divididos em dois grupos, homens e mulheres com as crianças, e ordenavam que deixassem todos os seus pertences.

Depois de se despirem, eram obrigados a caminhar por um caminho que lhes fazia crer que eram os chuveiros do campo, mas que na realidade eram câmaras de gás. Uma vez que as portas das câmaras eram fechadas, acionava-se um motor que expelia monóxido de carbono no interior das salas. Os cadáveres eram recolhidos pelos sonderkommando (prisioneiros judeus forçados a fazer este trabalho) e queimados em enormes valas comuns.

Em agosto de 1943, teve lugar uma insurreição geral que permitiu que cerca de 300 prisioneiros escapassem, embora a maioria tenham sido posteriormente recapturados e assassinados.

Em outubro de 1943, os nazistas ordenaram o desmantelamento do campo. Por sua vez, Treblinka I continuou em uso até julho de 1944, quando a iminente chegada das tropas soviéticas motivou seu abandono.

Estima-se que entre 700 mil e 850 mil prisioneiros foram exterminados em Treblinka II em pouco mais de um ano.

Referências

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Gayubas, Augusto. Campos nazistas. Enciclopédia Humanidades, 2023. Disponível em: https://humanidades.com/br/campos-nazistas/. Acesso em: 27 de novembro de 2024.

Sobre o autor

Autor: Augusto Gayubas

Doutor em História (Universidad de Buenos Aires)

Traduzido por: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ)

Data da última edição: 27 de novembro de 2024
Data de publicação: 11 de novembro de 2023

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