Estrelas

Vamos explicar o que são as estrelas, como se originam e sua composição. Além disso, quais são suas características e como se classificam.

Estima-se que no universo observável existem dezenas de bilhões de estrelas.

O que são as estrelas?

As estrelas são objetos astronômicos massivos que emitem luz e energia. A força gravitacional no interior das estrelas gera uma temperatura e uma pressão tão altas que permitem que os átomos de hidrogênio que as compõem se fundem para formar hélio, o que libera uma grande quantidade de energia no processo. A estrela mais conhecida é o Sol, que fornece luz e calor à Terra e a todo o Sistema Solar.

A humanidade tem observado as estrelas desde o início da civilização, e tem tentado ver nelas mensagens ocultas ou sinais de seus deuses. Além disso, sua organização e sua disposição no céu serviram para a confecção dos primeiros calendários, para a cartografia e para a navegação.

Estima-se que na Via Láctea, a galáxia onde se encontra a Terra, existem aproximadamente 100 bilhões de estrelas. No universo observável há pelo menos 100 bilhões de galáxias, então o número total de estrelas é muito difícil de calcular.

Características das estrelas

As estrelas têm as seguintes características:

  • Emitem luz e calor.
  • São compostas por gases como hidrogênio e hélio.
  • Agrupam-se em galáxias.
  • Existem mais de 100 bilhões na Via Láctea.
  • Formam-se a partir de nebulosas.
  • A mais conhecida é o Sol.

Origem das estrelas

estrella supernova
As estrelas se formam a partir de nebulosas de hidrogênio e hélio.

As estrelas são formadas a partir de grandes nuvens de gás e poeira chamadas nebulosas. Quando as nebulosas ricas em hidrogênio e hélio começam a se contrair devido a forças externas ou distúrbios em sua estrutura, fragmentam-se em partes menores, cada uma com sua própria concentração de gás e pó.

No centro de cada fragmento, forma-se um disco protoestelar, ou seja, uma estrutura plana giratória em torno de um núcleo denso. A matéria do disco protoestelar se acumula no núcleo central à medida que continua a se contrair, e a temperatura e a pressão no seu interior aumentam significativamente.

Quando a temperatura e a pressão atingem níveis suficientemente elevados, começa a fusão nuclear no núcleo do disco protoestelar. Este processo converte o hidrogênio em hélio, o que libera uma grande quantidade de energia sob a forma de luz e calor. Desse modo, ocorre o nascimento de uma estrela.

Ciclo de vida das estrelas

estrellas
Na sua sequência principal, a jovem estrela funde hidrogênio e acumula hélio.

As estrelas têm um ciclo de vida extremamente longo, de milhões ou bilhões de anos. Este ciclo passa pelas seguintes etapas:

  1. Formação estelar. As estrelas surgem de nebulosas que começam a se contrair por efeito de sua própria gravidade. O hidrogênio começa a se fundir, a contração é interrompida e a produção de hélio começa.
  2. Sequência principal. A jovem estrela começa a fundir todo o seu hidrogênio, acumulando hélio no seu interior até o seu combustível principal, o hidrogênio, acabar.
  3. Sequência pós-principal. Suas camadas externas expandem e resfriam, e as camadas internas encolhem. A estrela aumenta seu tamanho, torna-se avermelhada pelo resfriamento e começa a expelir grandes quantidades de matéria pela fusão do hélio.
  4. Etapa final. Quando o hélio termina, começa a fusão do carbono no núcleo da estrela. Ao esgotar o seu fornecimento de hélio, experimenta uma nova fase de expansão. As camadas exteriores da gigante vermelha são expelidas para o espaço exterior sob a forma de um invólucro gasoso, e no núcleo central há uma estrela quente e densa chamada anã branca. Embora seja pequena e muito quente, já não produz fusão nuclear, por isso que, com o tempo, acaba se resfriando.

Para as estrelas mais massivas, o estágio final pode ser diferente. Depois de se tornar uma gigante vermelha e esgotar o seu hélio, uma estrela massiva pode continuar a fundir elementos mais pesados no seu núcleo e formar camadas de diferentes elementos até chegar ao ferro. Quando tenta fundir o ferro, não obtém energia líquida e, em vez disso, absorve-a, para que possa se transformar em um buraco negro.

Classificação das estrelas

Existem vários critérios para a classificação das estrelas:

  • De acordo com o seu ciclo de vida. É preciso levar em consideração em que momento das suas vidas estão as estrelas. De mais jovens a mais velhas, classificam-se em protoestrelas, estrelas na sua sequência principal, gigantes vermelhas, anãs brancas, anãs negras ou estrelas de neutrões (também denominadas buracos negros).
  • De acordo com a sua luminosidade e temperatura. Levam em conta seu nível de brilho e intensidade, e sua temperatura. De menor a maior, classificam-se em anãs brancas, subanãs (como o Sol), subgigantes, gigantes, gigantes luminosas, supergigantes, supergigantes luminosas ou hipergigantes.
  • De acordo com a cor de sua luz. Leva em consideração o tipo de luz do seu espectro. Classificam-se em tipo O (violeta), tipo B (azul), tipo A (azul-claro), tipo F (branco-amarelado), tipo G (amarelo, como o sol), tipo K (amarelo-alaranjado), tipo M (vermelho-alaranjado).

Composição das estrelas

As estrelas são constituídas principalmente por hidrogênio (74%) e hélio (24%), mais uma pequena porcentagem de outros elementos, como ferro, oxigênio ou carbono (2%).

Estes valores são aproximados e podem variar de acordo com a metodologia utilizada para as medições e as características da estrela. As estrelas mais massivas tendem a ter uma maior proporção de hélio e outros elementos mais pesados em comparação com o hidrogênio, uma vez que consumiram mais hidrogênio através da fusão nuclear. Em vez disso, as estrelas menores, como as anãs vermelhas, podem ter uma proporção mais elevada deste elemento.

A informação sobre a composição das estrelas é obtida por espectroscopia, uma técnica que analisa a luz que emite para identificar os seus diferentes elementos.

As galáxias

estrella galaxia
As galáxias são formadas por bilhões de estrelas.

As galáxias são conjuntos de estrelas, planetas, gases, poeira cósmica e matéria escura unidos entre si por forças gravitacionais. Estes conjuntos podem conter bilhões de estrelas.

A nossa galáxia, a Via Láctea, tem cerca de 100 bilhões de estrelas e um diâmetro de cerca de 100 mil anos-luz. No entanto, existem galáxias maiores e menores que a nossa. Acredita-se que há, pelo menos, dois bilhões de galáxias no universo observáveis semelhantes à Via Láctea.

As galáxias podem ser classificadas em:

  • Galáxias elípticas. Têm uma estrutura interna em forma de elipse, sem braços ou estruturas espirais.
  • Galáxias espirais. Têm um núcleo central do qual surgem braços que formam uma espiral. No núcleo, há uma grande quantidade de estrelas. Um subtipo de galáxia espiral é a galáxia espiral barrada, que tem apenas dois braços, igual a Via Láctea.
  • Galáxias espirais barradas. Estima-se que foram galáxias em espiral que perderam a sua matéria interestelar e os seus braços, por isso só conservam o núcleo em forma de elipse. São galáxias que se encontram em um estado de transição entre uma galáxia elíptica e uma galáxia espiral.
  • Galáxias irregulares. São aquelas que não têm uma configuração definida.

Idade e tamanho das estrelas

Estrellas
A estrela mais antiga é a HD 140283, com cerca de 13,7 bilhões de anos.

As galáxias são compostas por estrelas de diferentes tamanhos e idades. A estrela HD 140283, conhecida popularmente como “Matusalém”, é a mais antiga das que se tem registro. Com 13,7 bilhões de anos, é quase tão antiga quanto o universo. Pelo contrário, algumas estrelas jovens, como a T Tauri, estão nas fases iniciais da sua vida e ainda não atingiram a sua sequência principal.

A estrela EBLM J0555-57Ab está localizada na constelação de Peixes. É pouco maior que Saturno, o que faz dela a menor estrela já vista. O seu pequeno tamanho a torna interessante para os astrônomos, pois oferece informação valiosa sobre as propriedades estelares necessárias para que uma estrela inicie a fusão nuclear.

A estrela UY Scuti é a maior já conhecida. Estima-se que o diâmetro desta estrela hipergigante vermelha seja 1700 vezes maior que o do Sol.

Observação das estrelas

estrellas observacion navegacion
A observação das estrelas serviu para a navegação.

A observação das estrelas foi fundamental no desenvolvimento de muitas ciências e técnicas, como a navegação marítima, a medição terrestre ou, nas idades modernas, a física astronômica.

Além disso, desde os tempos antigos, o ser humano tem observado as estrelas com uma mistura de fascínio e mistério. No campo interminável de suas luzes brilhantes, tentou ver figuras, sinais e mensagens provenientes de seus deuses, ou importantes afirmações a respeito do futuro.

Assim, a partir da observação estelar, inventou-se o zodíaco, uma roda celestial na qual doze constelações representam figuras-chave do imaginário greco-romano, cuja localização no momento do nascimento configurariam a personalidade e o destino dos indivíduos.

Continue com:

Referências

Como citar?

Citar a fonte original da qual extraímos as informações serve para dar crédito aos respectivos autores e evitar cometer plágio. Além disso, permite que os leitores acessem as fontes originais que foram utilizadas em um texto para verificar ou ampliar as informações, caso necessitem.

Para citar de forma adequada, recomendamos o uso das normas ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que é uma entidade privada, sem fins lucrativos, usada pelas principais instituições acadêmicas e de pesquisa no Brasil para padronizar as produções técnicas.

Sposob, Gustavo. Estrelas. Enciclopédia Humanidades, 2024. Disponível em: https://humanidades.com/br/estrelas/. Acesso em: 5 de novembro de 2024.

Sobre o autor

Autor: Gustavo Sposob

Professor de Geografia do ensino médio e superior (UBA).

Traduzido por: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ)

Data da última edição: 20 de maio de 2024
Data de publicação: 18 de maio de 2024

Esta informação foi útil para você?

Não

    Genial! Obrigado por nos visitar :)